Na próxima sexta-feira, 23 de novembro, a Linha do Vale do Vouga comemora 110 anos de vida. Para assinalar a data, a Associação dos Municípios das Terras de Santa Maria (AMTSM) - Arouca, Espinho, Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira e Vale de Cambra - realiza um programa comemorativo que se inicia com uma conferência que levará a debate um conjunto de temáticas relacionadas com o futuro desta ferrovia. A melhoria da rede de acessibilidades, a promoção da coesão territorial e o fortalecimento da competitividade da região são alguns dos pontos em questão e que realçam a importância da revitalização da Linha do Vale do Vouga.
Tratando-se de uma região com um forte tecido empresarial e que em muito contribui para o PIB, para as exportações e para a globalidade da economia nacional, a revitalização e rentabilização do troço Oliveira de Azeméis - Espinho, é vista, pelos autarcas dos seis Municípios abrangidos pela centenária Linha do Vale do Vouga, como fundamental. Uma das ideias chave desta revitalização passa pela sua ligação e interface com a linha do Norte e consequente ligação direta ao Porto, sendo uma das reivindicações o investimento necessário para a continuação do seu funcionamento com melhor serviço, potenciando desta forma o equilíbrio económico e financeiro da sua exploração.
"A discussão em curso sobre o grau de execução do Ferrovia 2020, e a organização do que virá a ser o Plano Nacional de Investimentos, conjugado com os necessários esclarecimentos sobre o novo pacote de estímulo ao investimento que a União Europeia prepara na sequência do Plano Junker, fazem desta discussão uma oportuna lembrança histórica e uma reivindicação estratégica para o desenvolvimento cabal desta sub-região", afirma a Associação dos Municípios das Terras de Santa Maria.
A História de uma Linha com 110 anos
A Linha do Vouga, foi inaugurada no dia 23 de novembro de 1908, pelo Rei D. Manuel II, apenas no troço entre Espinho e Oliveira de Azeméis. Um mês depois da sua inauguração foi aberta à exploração. Menos de meio ano depois, o troço entre Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha entrou ao serviço. A 1 de abril de 1909, a linha estendia-se por mais uns quilómetros, numa altura em que as obras iam decorrendo até à conclusão da linha, que aconteceu a 8 de setembro de 1911, data em que foi aberto o troço entre Albergaria-a-Velha e Sernada do Vouga bem como a ligação entre Aveiro e Sernada do Vouga (ex-Ramal de Aveiro), estação de onde haveria de partir uma ligação para Viseu - Linha do Vale do Vouga. Na época esta linha chegou mesmo a ser considerada o mais importante investimento na região, quer do ponto de vista social quer económico, beneficiando diretamente 16 concelhos. No entanto, tratou-se de uma obra complexa, devido a estar implantada numa zona geográfica complicada e sinuosa. Nesse sentido a linha foi construída com um perfil bastante acidentado e sinuoso, com curvas e contracurvas cujo raio, nalguns casos, não ultrapassava os 90 metros razão que conduziu à opção pela bitola métrica.
De salientar que a Linha do Vouga é o único troço de via estreita (bitola métrica) ainda em exploração. Desenvolve-se entre a estação de Espinho-Vouga e Aveiro servindo 44 estações e apeadeiros numa extensão de 96 quilómetros que atravessam 36 pontes e viadutos.
Atualmente, a circulação ferroviária de passageiros encontra-se suspensa entre as estações de Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga.
Conheça o programa das comemorações dos 110 anos da Linha do Vale do Vouga:
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