Inaugurou esta sexta-feira, 11 de janeiro, na Biblioteca Municipal de S. João da Madeira, a exposição de fotografia, “E o Sol brilhará novamente”, de Paulo Coimbra Amado, que estará patente até 28 de fevereiro. Baseada na série homónima apresentada na rede social Instagram, do fotógrafo amador, mas com muita paixão pela fotografia, conforme o próprio se apresenta, esta é uma exposição que tenta passar uma mensagem de combate ao “cinzentismo do dia-a-dia com que as sociedades ocidentais se deparam”, afirma o autor. As fotos expostas nesta quarta exposição de Paulo Coimbra “buscam cores e temas que quebram a formatação diária apresentada através dos meios de comunicação social”. Para quem visita esta exposição sai com a nítida sensação que se nos abstrairmos da rotina dos nossos dias, conseguimos fazer uma viagem por um mundo que é todo ele feito a cores, e algumas bem vivas, que nos transportam simultaneamente para um imaginário, onde somos livres de fazer a nossa interpretação daquilo que temos à nossa frente.
Um telemóvel é por vezes capaz de captar um sentimento, uma expressão, uma sensação, que cada um de nós poderá depois interpretar à sua maneira. E no fundo é esse o espírito desta exposição que Paulo Coimbra partilha com a cidade. Tudo é razão e motivo para fotografar, e isso permitiu-lhe, neste momento, que seja detentor de um espólio fotográfico capaz de motivar novas exposições.
No entanto, para trás, estão outras exposições com temas diversificados, mostrando uma característica do fotógrafo que afirma que “quando fotografo não procuro especificamente um tema, mas sim procuro captar aquilo que me dá prazer.
"Quero por as pessoas a refletir sobre o que está ali exposto"
Se vir que esteticamente resulta, que é atraente eu fotografo. Tem de ter algum significado para mim, e depois quero por as pessoas a refletir sobre o que está ali exposto”, afirma.
Diz ter prazer em conseguir por as pessoas a pensar naquilo que estão a ver, mesmo com uma perspetiva diferente da sua.
Não vive da fotografia nem tem como objetivo ter lucro com o seu trabalho, por isso admite que não pode fazer exposições com maior frequência, pois o elevado custo de expor a isso obriga. No entanto afirma que o seu espólio guardado digitalmente é bastante vasto, e diz ter pena “se um dia eu desaparecer e essas fotos ficarem perdidas no computador, pois são coisas que têm alguma mensagem e significado. Se eu não as fizer saltar cá para fora desta forma, elas acabam por se perder”. Segundo Paulo Coimbra, “o meu objetivo é transmitir uma mensagem e mostrar o meu trabalho fotográfico, mas se por ventura aparecer alguém interessado no meu trabalho, terei muito gosto em ceder essa fotografia, de forma a partilhar com essa pessoa aquilo que eu senti quando a captei”, diz.
Sem pensar para já numa futura apresentação do seu vasto espólio, garante que o momento “é para disfrutar desta mostra, até porque como amador, financeiramente fazer uma exposição tem algum peso, e não se pode fazer uma coisa destas com muita frequência. No entanto, tenho a ideia de fazer uma outra exposição, que por sinal era cronologicamente anterior a esta, mas está reservada para um momento muito específico, ficando em suspenso de imediato”. Paulo Coimbra quer deixar para a posteridade o seu trabalho exposto em livro, que seguramente passa por um trabalho de seleção, edição de imagem e do próprio livro, no entanto, com muita ponderação, “pois trata-se de um trabalho com outro tipo de custos”, deixando no ar a possibilidade de vir a acontecer daqui a dois, três ou quatro anos.
Agradeço a presença na inauguração da exposição "E o Sol brilhará novamente" e a reportagem efectuada.
Faço votos de muito sucesso para o "Terras de Santa Maria Informação".
Paulo Coimbra Amado