A Câmara de Santa Maria da Feira chegou a acordo com a concessionária do estacionamento pago na cidade, prescindindo de 500 mil euros da receita dos parcómetros. A empresa reduz o horário de funcionamento dos parcómetros em duas horas, passando a ser entre as 9h00 e as 17h00. Este entendimento coloca um ponto final num processo judicial, que decorria desde 2015, que colocava a Câmara Municipal contra a P. Parques, por a empresa não estar a cumprir os pagamentos acordados no contrato. Segundo informações vindas a público, a dívida já ascendia a 680 mil euros, o equivalente a 40% da receita conseguida pela concessionária. No entanto, incluindo os juros de demora, a dívida totaliza atualmente 849 mil euros.
Entretanto, o acordo ainda terá de ser ratificado na Câmara e na Assembleia Municipal, onde o PSD tem a maioria.
CDU acusa executivo de falta de firmeza na defesa dos interesses dos feirenses
Já do lado da oposição as críticas são muitas, considerando tratar-se de um negócio ruinoso para o interesse público. A CDU já reagiu, em comunicado dirigido à imprensa, onde refuta esta decisão, considerando que, “face às mais recentes informações relativas à concessão do estacionamento na cidade de Santa Maria da Feira, ficou clara a falta de capacidade de gestão do executivo laranja da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira liderado por Emídio Sousa”, pode ler-se.
Os comunistas lembram que a empresa está em incumprimento há mais de 8 anos, e que a Câmara deixou o assunto arrastar-se por mais de 5 anos, “mesmo estando lavrado em contrato que se salvaguarda o direito de fiscalização da Câmara Municipal sobre a concessionária e que o Município tem poderes para resolver, resgatar ou sequestrar o contrato de concessão, em situações concretas melhor especificadas no Caderno de Encargos”. E acusam o executivo de falta de firmeza na defesa dos interesses dos feirenses, verificando-se “uma incompreensível passividade nesta já longa novela folhetinesca”.
No comunicado, a CDU lembrou ainda que o Presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, “acusou os partidos da oposição de serem irresponsáveis e de falta de capacidade de gestão para gerirem um município e que o mesmo deveria ser gerido como uma empresa. Todavia, assiste-se a mais uma situação atestatória da falta de capacidade de gestão do PSD liderado por Emídio Sousa. Devendo justificar publicamente a perda/oferta de 500 mil euros a um privado”, concluem.
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