A Companhia Persona foi desafiada pelo Museu de Santa Maria de Lamas para a criação de um projeto artístico dentro das suas portas. Com ênfase na estátua de Henrique Amorim, fundador do Museu, os artistas pretendem que a comunidade, à qual apresentarão o projeto no dia 20 de fevereiro, se envolva no espetáculo que se encontra em preparação para estrear no dia 13 de abril, e cuja dinâmica interpretativa visa o cruzamento de linguagens artísticas.
“O que contam as estátuas?” pergunta a Companhia Persona no seu mais recente projeto com base no Museu de Santa Maria de Lamas. Na sequência da curadoria artística desenvolvida pela Companhia na última edição do festival “Basqueiral”, o Museu lançou o repto aos artistas para desenvolverem um projeto de criação na “sua casa”, disponibilizando para esse efeito o legado histórico-existencial e o próprio acervo do Museu, bem como apoio logístico e envolvimento da sua equipa técnica.
O projeto ‘gira’ em torno de Henrique Amorim (1902-1977), fundador do Museu, benemérito e filantropo da freguesia de Santa Maria de Lamas, e da sua estátua, da autoria de Henrique Moreira (1890-1979) e integrada no Parque de Santa Maria de Lamas desde 25 de maio de 1972. “Todas as cidades, vilas e aldeias têm uma memória, por vezes guardada no interior de museus; outras pelas ruas e praças povoadas de estátuas. A nossa proposta é dar-lhes vida e uma voz, através da criação de um formato de espetáculo para circulação nacional e internacional”, diz a Companhia Persona.
A performance pretende envolver a comunidade e, nesse sentido, no próximo dia 20 de fevereiro (data que marca mais um aniversário de falecimento de Henrique Amorim), o Museu de Lamas acolhe uma sessão aberta de apresentação do projeto, pelas 21h30, no decurso da qual o público obterá resposta às seguintes questões: “De que forma pode a comunidade participar no espetáculo? Onde e como fazer chegar testemunhos, registos e memórias sobre Henrique Amorim? Como podem as coletividades, escolas, cidadãos e artistas envolver-se nesta criação?”.
“O que contam as estátuas” tem a direção artística de Lígia Lebreiro e Simão Valinho, com a colaboração dos músicos Pedro Piaf, Jorge da Rocha e coreografia por Helena Oliveira. Cruza diversas linguagens artísticas – videomapping, música, teatro e dança contemporânea – e será desenhado para apresentação no espaço público urbano ou na sua versão “dentro de portas”, para museus, igrejas ou outros espaços patrimoniais. A criação tem estreia prevista para o dia 13 de Abril de 2019, ano no qual se assinalam os 60 anos (1959-2019) da doação de Henrique Amorim deste espaço museológico e espólio constituinte à Casa do Povo de Santa Maria de Lamas.
A ação está integrada na política de descentralização das atividades culturais enquadrada no programa de eventos temáticos e coproduções que o Município de Santa Maria da Feira apoia e promove anualmente.
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