O PSD de S. João da Madeira realizou, no passado sábado, 19 de janeiro, o tradicional Jantar de Reis/Janeiras, onde juntou a família social democrata, num convívio, que segundo a sua presidente, Susana Lamas, é "uma tradição de longa data, que queremos manter viva, unindo os militantes e simpatizantes, em mais um momento importante do nosso partido". Para Susana Lamas, "isto também mostra a força do PSD, que tem grandes responsabilidades nos destinos da nossa cidade". O jantar, que teve cariz social, com a angariação de bens alimentares, juntou cerca de 100 pessoas, e teve como convidados principais, o eurodeputado, Paulo Rangel, e o Vice-Presidente do partido, Manuel Castro Almeida.
Como habitualmente a Banda de Música e a Tuna d' Os Voluntários de S. João da Madeira, tocaram e cantaram as janeiras, uma tradição que também se vem mantendo ao longo dos anos.
A noite começou com as boas vindas pelo Presidente da JSD local, Luís Neves, que na sua alocução recordou que os jovens têm a consciência que terão um papel fundamental no ciclo eleitoral que se avizinha. "Temos de estar unidos, mobilizados, e temos de mostrar que somos a verdadeira alternativa", deixando a garantia de que o partido pode contar "com a energia, a força e a garra da JSD de S. João da Madeira". Em jeito de mensagem interna, concluiu que "só conseguiremos construir um caminho de vitória se estivermos unidos, e se remarmos todos para o mesmo lado".
"Queremos voltar ao poder porque acreditamos que sabemos fazer melhor" - Susana Lamas
A Presidente do PSD de S. João da Madeira, Susana Lamas, lembrou que o partido teve responsabilidade na gestão autárquica, num passado muito recente, mas também agora na oposição. "Temos um objetivo de ganhar eleições e queremos voltar ao poder, porque acreditamos que sabemos fazer melhor", afirmou. A líder do PSD local lembrou que o Partido Socialista "já está há mais de um ano nos comandos da nossa cidade, e o que vemos é uma cidade parada, ouvindo-se muitas queixas e desilusão". Para justificar as suas palavras falou nos exemplos do estado dos jardins e do lixo, afirmando que "a cidade e os sanjoanenses merecem muito mais e melhor. Precisamos de voltar a colocar S. João da Madeira no top nacional, aliás o lugar onde esteve quando o PSD liderava os destinos da cidade", afirmou.
Apelou à união, e diz "contar com todos e cada um de nós", que se identifiquem e acreditem nos valores da social democracia, pois "temos
que apresentar uma alternativa forte, credível e que nos leve a uma vitória, colocando S. João da Madeira no caminho do progresso e desenvolvimento, social, educativo, industrial e tecnológico", disse.
Deixando um recado ao Partido Socialista, assegurou que "o PSD é diferente, até a fazer oposição. Nós não somos como o PS, que no passado fazia oposição à própria cidade", lembrando o caso das piscinas. "Nós não somos assim. Nós fazemos uma oposição construtiva, em prol dos sanjoanenses, colocando os interesses da cidade acima de quaisquer outros interesses", garantiu.
Deixou ainda a crítica ao PS, que apenas se tem limitado a inaugurar as obras que o PSD deixou. "Um excelente legado que deixamos", referiu Susana Lamas, lamentando, no entanto, que em contra ciclo "atrasa projetos que já estavam prontos para avançar, altera projetos, designadamente a Praça, para impor as suas vontades". E nesse sentido deixou a questão aos sanjoanenses, se realmente é isto que querem, para o futuro da cidade. "Nós acreditamos que não. Portanto estamos a construir o nosso caminho, no sentido de mostrar que o PSD representa uma alternativa credível e competente, para retomar o caminho do progresso e desenvolvimento", concluiu.
"Temos de estar do lado da criação de riqueza, pois ela não nasce de geração espontânea" - Castro Almeida
O Vice-Presidente do PSD, Manuel Castro Almeida, começou por lembrar os tempos em que foi Presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira, considerando que foi "o melhor tempo da minha vida". Segundo o ex-autarca, para quem gosta de serviço público, "não há cargo político melhor que esse", garantindo que "fui muito feliz convosco". Estando agora no papel de ex-Presidente da Câmara não quis falar sobre o trabalho dos seus sucessores, mas considera que não deve ter reserva em relação a como o seu partido se deve comportar. Castro Almeida considera que estar com maioria na governação, ou estar na oposição é diferente, no entanto,"há princípios que são os mesmos", considerando que "devemos preservar o princípio de quando se está na política, está-se ao serviço dos outros, querendo sempre o melhor para a terra", frisou. Admitindo que haja quem tem uma visão diferente do bem para a sua terra, considera que "o melhor é nós termos uma visão e arranjarmos uma maioria que pense como nós", salientou. Nesse sentido deixou claro que pensar no interesse da terra é uma postura social democrata, e acredita por isso, "que temos de estar do lado da criação de riqueza, pois ela não nasce de geração espontânea. É preciso fazer crescer a riqueza, e isso faz-se com as empresas", disse. Mas não deixou de dizer que, também, "é preciso uma mão solidária que pense nos mais dependentes", lembrou.
Como que deixando a receita a um possível candidato, Castro Almeida adiantou que, "pensar no bem da terra e pensar nos mais necessitados, tem de ser a grande orientação de um social democrata, a que se deve juntar uma boa dose de ambição", pois segundo a sua visão, "S. João da Madeira deve ter a ambição de vir a ser um grande concelho, em qualidade de vida da sua população, não se nivelando pelo mediano", afirmou.
Admitiu que é difícil destronar um autarca após um primeiro mandato, "é o que a experiência demonstra, mas, também, demonstra que não é impossível", assegurou. E nesse sentido, garantiu que poderia apresentar uma lista de pessoas que se limitaram a fazer apenas um mandato, "e não fizeram mais", o que lhe levou a concluir que "com todos esses princípios, e com boas equipas, é possível. Temos a obrigação de tentar e fazer por ganhar com o melhor resultado possível", afirmou.
"Não vamos ganhar as eleições nacionais só porque António Costa merece perder. Nós temos de mostrar que as merecemos ganhar"
Sobre as questões nacionais, não fugiu ao tema da atualidade, e abordou o último Conselho Nacional, que considerou ter sido muito útil para o partido. "Que me lembre foi o mais longo e mais participado, o que mostra que as pessoas que estão no partido estão ativas, e não estão de braços caídos. Defendem as suas causas, o que é um bom indicador", considerou. O segundo "bom indicador", que julga que saiu deste Conselho Nacional, "é que nós ganhamos condições para um segundo fôlego, renovado, a caminho deste próximo ciclo eleitoral.
No que diz respeito às eleições legislativas, assume ter a consciência de que se fossem hoje, que o PSD não as ganharia, pois "é o que dizem as sondagens e é o que eu sinto ao falar com as pessoas na rua". No entanto acha que este é um cenário que poderá mudar nos próximos nove meses. "A estrela que guia o Drº Costa está a começar a perder brilho. As pessoas estão a começar a achar que afinal o homem tem andado a enganar-nos", acusou, apesar de considerar que "ele não está a mentir, porque é habilidoso e esses não mentem". E deu como explicação uma afirmação de António Costa, que garantia que pagou antecipadamente ao Fundo Monetário Internacional (FMI) 4 mil e 700 milhões de euros.
Segundo Castro Almeida, "o que ele fez foi pedir emprestado 4 mil e 700 milhões de euros, para pagar a dívida desse valor, mudando apenas de credor, comprando dívida pública nos mercados internacionais, e amortizando zero", acusou. Perante este cenário, o Vice-Presidente do PSD acha que os portugueses ficaram a pensar que António Costa pagou a dívida com dinheiro que poupou. No entanto, "ele nunca mentiu, mas enganou", criticou.
Em relação à dívida pública, lembrou que ela "cresceu 20 mil milhões de euros desde que António Costa é Primeiro Ministro".
Mas, deixou um alerta ao partido, lembrando que, "não vamos ganhar eleições só porque o António Costa merece perder. Nós temos de mostrar que as merecemos ganhar". No entanto, "estou convencido que as merecemos ganhar, porque temos a melhor proposta para o país".
Castro Almeida lembrou que o país precisa de políticas públicas de ajuda às empresas, tornando-as mais competitivas, criando assim, a possibilidade de melhoria de salários. "Esta é a grande diferença do PSD relativamente a esta esquerda que nos está a governar", pois diz que no partido acreditam no "empreendedorismo, na valorização do mérito, do esforço, da diferença e de quem corre o risco em investir", permitindo a criação de uma força económica que permita o aumento dos salários.
"Os socialistas não são bons a gerir. A mentalidade social democrata é mais responsável", frisou o responsável do partido, que acredita que se houver um bom trabalho nos próximos meses a demonstrar aos portugueses aquilo que este Governo tem vindo a fazer, juntando o facto de que "nós temos um projeto melhor que o do PS e que temos bons candidatos, acredito na vitória", concluiu.
"Até chegarmos a outubro não auguro que venha a ser um bom ano, porque estamos a ser governados pelo Partido Socialista" - Paulo Rangel
O eurodeputado Paulo Rangel, começou a sua intervenção desejando um bom ano a todos, no entanto considerou que "até chegarmos a outubro não auguro que venha a ser um bom ano, porque estamos a ser governados pelo Partido Socialista", considerando que a governação até ao momento "é má para o país e para os portugueses", acusou.
Numa abordagem às políticas europeias deste Governo, apontou o facto de terem aceite perder cerca de 7% dos fundos europeus, em contra ciclo com países mais ricos, como os exemplos que apresentou da Espanha, Itália e Finlândia, que, segundo o eurodeputado, subiram entre 5% e 7%. "Somos mais pobres, fizemos as reformas todas no período da Troika, cumprimos os objetivos, e países que não os cumprem, como é o caso da Itália, e que é mais rico, sobe 7%!", lamentou. Paulo Rangel é peremptório ao criticar se esta é que é a forma de defender os interesses de Portugal na Europa. "Não venham cá falar de milagres europeus. O milagre europeu que este Governo faz é retirar dinheiro nos fundos de coesão a Portugal. Tiram dinheiro ao nosso país e aceitam que em países mais ricos aumente". Acusou ainda o facto do Governo ter aceite que as regiões mais ricas passem também a receber fundos em Portugal, e "vamos ter menos dinheiro para dividir por mais gente, e em especial dando privilégio a aqueles que estão mais ricos", considerando o critério errado.
Neste campo, lembrou que o trabalho do PSD no Parlamento Europeu "foi bom", e que o Grupo Europeu do PPE "aceitou apresentar uma posição, votada já no parlamento, em que Portugal manteria os mesmos fundos que tinha no pacote anterior", considerando que o Governo português "está a claudicar, havendo aqui muitas manobras, que nos reporta para o tal engano que Castro Almeida já fez referência", disse. Nesse sentido apresentou o exemplo da descida do imposto dos combustíveis, mas entretanto "o senhor Centeno criou a taxa carbono em que os combustíveis sobem. Estamos a dar com uma mão e a tirar com a outra". Para Paulo Rangel, "isto é enganar os portugueses", pois, segundo o próprio lembrou, houve um anuncio de baixa do preço dos combustíveis e, "é criada depois uma taxa que faz com que eles aumentem ainda mais do que estavam antes", acrescentando que, o cenário é ainda pior, pois, "Centeno dá com uma mão, mas tira com as duas, porque ele aumenta os impostos indiretos, aqueles que nós sentimos menos, e depois faz cativações nos sítios onde não se vêem", afirmou. O eurodeputado considera que Centeno "aparentemente dá umas coisinhas no IRS, mas depois sobe os outros impostos", lembrando que eles não vêem expressos na folha de salários, mas aparecem "na bomba de gasolina, na conta do supermercado e nos vários produtos que vamos comprando", criticou.
Mas as críticas de Rangel a Mário Centeno não se ficaram apenas por aqui. Falou ainda dos cortes nas despesas nos hospitais, comparando com o período da Troika, onde diz que "nem nos tempos mais difíceis tivemos a crise nos hospitais que temos hoje. Alguém se lembra de alguma semana, durante 2018, que não tenha havido ruptura nos hospitais portugueses?", dando o exemplo da falta de anestesistas, e da mais recente notícia do possível fecho da farmácia do Hospital S. João. Para o eurodeputado "isto é a ruptura dos serviços e o desmantelamento do Estado Social", algo que diz já andar à falar há cerca de dois anos. "Nunca o Estado Social foi tão atacado como debaixo do Governo de António Costa", acusou.
"Este é o Estado que nos dá com uma mão e nos tira com as duas"
Para Paulo Rangel "é justo aumentar as reformas, porque elas são muito baixas, mas com mais dez euros por mês, será que eu posso pagar uma consulta que foi atrasada em três, seis meses ou em um ano?", - salientou comparando com o que esse valor poderia ter reflexo naquilo que o Serviço Nacional de Saúde poderia dar. Aproveitou ainda para fazer uma comparação com o período da Troika, garantindo que o Governo, na altura, "não deixou os serviços públicos no estado em que António Costa está a deixar". Diz que a saúde é uma forte preocupação e afirma que o PSD "tem de se colocar na dianteira dos defensores do Serviço Nacional de Saúde.
Abordou ainda a questão da segurança de pessoas e bens, lembrando o incêndio de Pedrogão Grande. "Será que nós temos consciência que houve cortes fortíssimos na Proteção Civil?", - e o facto de poderem dizer que é uma tragédia, e que é difícil de evitar, "uma tragédia em junho e outra em outubro, já são tragédias a mais", acusou. Para Paulo Rangel, "alguém desinvestiu naquilo que devia investir", considerando que este Governo "descorou coisas que não dão votos, porque não se vêem, só que salvam vidas", lembrou. Considerou também que houve um total desinvestimento na proteção rodoviária, incluídos nos cortes que Mário Centeno tem vindo a fazer, mas que lembra que "ninguém os vê, e por isso não perdem votos". Mas para o eurodeputado do PSD, a primeira missão de um Estado e de um Governo "é proteger as pessoas e os seus bens, e neste momento não protege na saúde e na segurança. Vivemos num Estado mais inseguro".
Paulo Rangel concluiu a sua intervenção afirmando que "temos mais dez euros no bolso, mas o Estado tirou-nos muito mais que isso. Este é o Estado que nos dá com uma mão e nos tira com as duas. E nós como oposição não podemos ficar a ver ser desmantelado o Serviço Nacional de Saúde, ser destruído o Estado Social, serem rebentadas as estruturas de segurança e não haver o mínimo cuidado", nesse sentido apelou a que "em outubro temos de dar um cartão vermelho a António Costa". E numa alusão à cor do seu partido, apelou ao voto para as eleições Europeias, de 26 de maio, onde "só há um cartão que podemos mostrar, que é o cartão laranja", disse.
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