Inspirado na obra seminal de Roland Barthes, o projeto Grau Zero da Companhia precipita-nos para a abordagem à iniciação de técnicas de dança que assistem à construção de uma companhia. Trata-se de um programa de formação para profissionais e amadores das artes performativas que inclui laboratórios a incidir sobre funções e práticas centrais na atividade do Ballet Contemporâneo do Norte, coordenados pelos seus colaboradores mais frequentes. O objetivo da iniciativa é questionar a ideia de companhia e antever estratégias de trabalho em conjunto.
No primeiro trimestre de 2020, há três laboratórios com temáticas já definidas. A 25 de janeiro, Susana Otero explora, no laboratório "Técnicas de Dança Contemporânea", capacidades do corpo através de jogos capazes de criar e gerar movimento, utilizando exercícios que estão na base das várias técnicas da dança contemporânea. A 29 de fevereiro, há "Composição e Criação em Dança", com Joclécio Azevedo, um workshop de introdução ao processo coreográfico em que os participantes são incentivados a usar o corpo como ferramenta e suporte para expor e combinar materiais gerados a partir de práticas colaborativas.
Ainda, a 28 de março, "Dramaturgia e Coreografia", por Rogério Nuno Costa, um laboratório que questiona e experimenta a tensão entre duas ideias dramatúrgicas: uma escrita para dança e uma escrita enquanto dança, trabalhando a dança que se vê e a dança que se executa. Através da manipulação lúdica de elementos coreográficos, explora-se exercícios de escrita criativa, performativa e ensaística que co-existem com a dança, sem se sobreporem ou confundirem com ela.
A participação nos laboratórios, que decorrem no Cineteatro António Lamoso, em Santa Maria da Feira, é gratuita mas sujeita a inscrição através do e-mail bcnproducao@gmail.com. O público-alvo são profissionais e amadores do espetáculo e outras artes, estudantes de artes, coletividades, associações ou grupos.
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