O Bloco de Esquerda acusa a empresa CINCA - Companhia Industrial de Cerâmica, com sede em Fiães, Santa Maria da Feira de ser causadora da poluição nas ribeiras da freguesia. Em causa, e citamos um comunicado da Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda (BE) de Aveiro, "quando chove, verificam-se descargas, ou escorrências de matérias-primas utilizadas no fabrico dos seus produtos, sem qualquer tipo de tratamento, na rede pluvial de águas pluviais, que vão desaguar nas Ribeiras de Fiães e Rio Uíma".
Segundo a mesma fonte, a situação é recorrente sempre que chove, o que se terá verificado no passado dia 14 deste mês e prolongado até ao dia 16. No comunicado, os bloquistas lembram ainda outro episódio recente, a 21 de setembro.
O BE lembra que a produção de ladrilhos cerâmicos, têm como principais matérias-primas consumidas no processo produtivo, matérias de base mineral que incluem as areias, argilas, caulinos, feldspatos, vidros cerâmicos e outros materiais, que a serem descarregados diretamente para as linhas de água "levam a alterações significativas da qualidade dos recursos hídricos, afetando e ameaçando a vida ali existente".
Acompanhado de imagens que o partido fez-nos chegar, alertam para a situação que dizem ter de ser "investigada pelas entidades e autoridades competentes, porque é de gravidade extrema. Estas ações têm como consequência a contaminação do rio Uíma, afluente do rio Douro, onde existe o Parque das Ribeiras do Uíma, local de lazer e notável interesse biológico e paisagístico".
E, perante tudo isto , consideram os responsáveis do BE que "se deve lutar pela proteção dos recursos hídricos e do ambiente, e que o Ministério do Ambiente deve intervir imediatamente, no sentido de apurar responsabilidades e responsáveis, e no sentido de colocar um ponto final a esta situação".
Entretanto, o Bloco de Esquerda, por intermédio do deputado Moisés Ferreira já questionou o governo sobre o assunto, com o intuito de perceber se Ministério do Ambiente tem conhecimento deste "tipo de descarga ilegal e poluente realizada por esta empresa é recorrente", que medidas pretende implementar "para que estas descargas não voltem a acontecer", e "que meios inspetivos serão acionados para avaliar a relação entre estes episódios e os episódios de poluição que recorrentemente se registam nas ribeiras do rio Uíma", concluem.
Até ao momento, a empresa CINCA ainda não fez qualquer tipo de comentário às acusações de que são alvo.
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