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Comerciantes sanjoanenses lançam petição pública apelando a uma cidade de um centro com vida


A semana passada um grupo de comerciantes levou um abaixo-assinado à reunião da Câmara Municipal, no sentido de pedir uma reunião com o executivo camarário, no âmbito da apresentação do novo projeto para a Praça Luís Ribeiro. Essa reunião com Presidente da Câmara serviu para os comerciantes mostrarem a sua posição de discordância em relação à nova proposta, deixando bem vincado que “o anterior projeto era o que pretendiam”, afirmou Paulo Barreira, Presidente da Associação Comercial.

Esta posição dos comerciantes já se tinha feito sentir na sessão de apresentação do projeto, nos Paços da Cultura, onde na altura, as principais preocupações dos comerciantes ficaram bem explícitas. As acessibilidades, “nomeadamente a circulação, estacionamento e atratividade”, fator no qual acreditam que o parque infantil previsto no anterior projeto seria preponderante, serão certamente fatores que podem conduzir “à desertificação comercial e de pessoas”, afirma o representante dos comerciantes.

Da parte da Câmara Municipal ficou o compromisso de ter em conta os “contributos deixados pelos comerciantes”, de igual forma como “já estão a ser analisados e ponderados pelo executivo municipal, pelos projetistas e pelos técnicos da autarquia”, assume a edilidade.

No entanto, posteriormente a Associação Comercial continuou a debater internamente a questão, bem como com outras forças políticas da cidade, e os associados chegaram à conclusão de lançar uma petição, intitulada “A Cidade Quer Um Centro Com Vida”, pretendendo assim, o apoio do maior número de sanjoanenses, residentes, empresários e frequentadores assíduos do concelho de S. João da Madeira, como se pode ler no documento a que já tivemos acesso.

Na petição pode ainda ler-se que já na apresentação pública do Novo projeto para a Praça foi evidente o desagrado da grande maioria dos presentes, considerando que na atualidade “é já evidente a desertificação comercial e humana do centro da cidade. O documento avança mesmo com a possibilidade de alguns espaços comerciais emblemáticos, e mesmo considerados serviços âncora mudarem-se para outros locais, “caso este novo projeto avance”, afirmam.


"Não queremos este projeto"


Para os proponentes desta petição pública, este novo projeto para a praça “dificulta ainda mais o acesso ao centro urbano, retira lugares de estacionamento existentes na Rua do Dourado, na Rua Oliveira Júnior, Rua Colégio Castilho, assim como, um numero considerável de lugares na Rua João de Deus, sem criar bolsas nem parques de estacionamento suficientes de proximidade” E vão mais longe ao considerarem que a arborização proposta “é excessiva, para lá da falta de um equipamento lúdico infantil” motivos que consideram mais do que suficientes para o seu descontentamento.

Pode ainda ler-se que “quanto menos oferta menos procura, e quanto menos pessoas, menos se justifica a abertura de novos espaços e serviços, e menos se justifica a organização de eventos naquela zona”, garantem.Consideram ainda que a abrangente área pedonal, que noutros tempos talvez tenha feito sentido existir, deixa de o fazer, dado o abandono. “A inacessibilidade por automóvel e a falta de estacionamento só veio piorar as condições de visibilidade do comércio, que foi lentamente definhando” deixam bem vincado na contextualização do documento.

Os proponentes desta petição fazem ainda um apelo à memória de quem vivenciou a Praça de outros tempos, relembrando o tempo em que “o centro da cidade era composto de um calor humano invejado pelos nossos vizinhos, pois a Praça era o ponto de encontro de pessoas e bens provenientes de vários locais da região e do país”, pode ler-se.

Para os impulsionadores da petição pública é necessário que se realize uma requalificação e revitalização que “vá de encontro às necessidades da cidade e nomeadamente de quem desenvolve a sua atividade económica naquele espaço”, afirmam.


"Queremos o anterior projeto"


É uma clara pretensão dos comerciantes que o anterior projeto, aprovado por unanimidade no anterior mandato, em 2017, e que foi alvo de uma consulta pública, amplamente debatida, com sugestões e participação da comunidade, seja tido em consideração. Este contemplava um equilíbrio entre a circulação automóvel e área pedonal, com a possibilidade de fechar a via em dias de realização de eventos, estacionamento de proximidade, espaço lúdico e zonas verdes.

“Acreditamos que o anterior projeto, vencedor do concurso de ideias, favorece a sustentabilidade do centro e comércio urbano, com o reforço da proximidade, competitividade, atratividade e acessibilidade”, afirmam na petição, concluindo que “somos empreendedores, somos ambiciosos, somos bairristas. Vamos recuperar o papel da Praça Luís Ribeiro como centro estratégico da cidade nas várias vertentes”, apelando a todos aqueles que se revejam nesta posição, que “nos ajudem a devolver o Centro à cidade, aos sanjoanenses”, concluem.


Esta é a petição que já está a circular:

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