O Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD reuniu, este fim-de-semana, em Santa Maria da Feira, para a sua 1ª Convenção, com o intuito de debater o país. Ao longo de dois dias, militantes do partido e muitos independentes, abordaram os mais diversos temas que preocupam a sociedade, desde a Defesa Nacional às Relações Internacionais, passando pela Economia do Mar, pelo Ambiente, Agricultura, Educação, Ciência, Obras Públicas, Política Social, e outros mais. O fundamento desta convenção, segundo o Presidente do partido, Rui Rio, que encerrou os trabalhos no Europarque, foi o de "produzir ideias que, em tempo próprio, irão ser a base das propostas que pretendemos submeter a sufrágio dos portugueses", referiu. Segundo Rio, esta foi uma convenção "inédita em termos de atividade partidária clássica", onde diz não se ter discutido nomes, e onde não foi eleito ninguém, indo mais longe ao afirmar que "não houve truques nem as jogadas de bastidores, infelizmente tão frequentes em reuniões político-partidárias. Estivemos aqui apenas a debater o nosso país", reforçou.
Para o Presidente do PSD, "dizer muito mal dos outros não é programa que configure uma estratégia para resolver os problemas dos portugueses e recolocar Portugal no caminho do desenvolvimento", vincou, com o intuito de reforçar a ideia de que a democracia "não precisa de espatáculo político, nem de superficialidade do politicamente correto". Nesse sentido considera que um povo civilizado "não faz as suas escolhas em benefício dos que mais agridem verbalmente o adversário", afirmou. Rui Rio está confiante de que os portugueses escolherão, em cada momento, aqueles que lhe inspirarem mais confiança, "em função da credibilidade que lhe conferirem".
No entanto, acredita que a credibilidade na política é a soma de três fatores fundamentais, que sem eles dificilmente os eleitores confiam. A seriedade, "faz parte da forma de ser de cada um e dos valores que resolve abraçar na vida. A coragem é uma característica intrínseca à nossa personalidade, que só muito dificilmente se adquire se já não tiver nascido connosco. E a competência que é um elemento que está ao nosso alcance", assegurou, não deixando de dizer que ninguém sabe tudo sozinho. O líder social democrata acredita que com "humildade, trabalho e dedicação, conseguimos juntar saberes e construir equipas capazes de atingir os objetivos mais ambiciosos. E esta convenção foi um ponto de partida para a construção dessa competência, com a certeza de que, "nunca conseguiremos oferecer na plenitude aquilo que todos procuramos desde o primeiro ao último dia da nossa vida, a felicidade", frisou. Mas essas circunstâncias, no que à política diz respeito, "dependem do nosso empenho e da nossa dedicação, no sentido de tudo fazermos para facilitar o caminho da felicidade a todos e a cada um de nós", conclui Rui Rio, convicto de que foi isso que foi feito nesta convenção.
Carlos Moedas é o Mandatário Nacional do PSD à eleições europeias de 26 de maio
O cabeça de lista às eleições europeias de 26 de maio, Paulo Rangel, foi o primeiro orador da sessão de encerramento da 1ª Convenção do CEN.
Começando a sua intervenção por deixar algumas indiretas ao Partido Socialista, que à mesma hora se encontrava em Vila Nova de Gaia, reunido em convenção europeia, Rangel disse em tom irónico que “aqui bem perto há quem também esteja a fazer anúncios: a dizer que há comboios fantasma e há vacas que voam”, disse, numa referência ao Ministro das Infraestruturas, Pedro Marques, que já foi anunciado como o cabeça de lista do PS às europeias, e à Ministra da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, que ficou célebre pelo episódio das “vacas que voam”, onde procurou dizer que o PS fazia o impossível. Mas o eurodeputado foi mais longe afirmando que o PSD "estava aqui a trabalhar e a viver no mundo do CEN e eles estão a falar e vivem no mundo zen".
Mas a sua curta intervenção tinha como objetivo fazer um anúncio, que assumiu como "um mimo europeu", garantindo tratar-se de alguém que "representa o mais moderno, jovem e cosmopolita que o PSD tem”, apresentando então o nome do atual comissário europeu para a Ciência e Inovação, Carlos Moedas, como o Mandatário Nacional do PSD às eleições europeias de 26 de maio.
Carlos Moedas, começou por agradecer a Paulo Rangel, não poupando nos elogios, descrevendo-o como alguém “muito especial”, que fazia a diferença no Parlamento Europeu. Assumiu estar "muito feliz" com o papel que vai desempenhar enquanto mandatário nacional, e deixou também elogios a Rui Rio que considera ter características que fazem dele alguém que “fala a verdade e que vive a política de maneira diferente”, não deixando de mandar uma "farpa" a Pedro Santana Lopes, numa referência ao facto de Portugal não precisar de "novos partidos, mas sim de ligar as pessoas aos partidos através do conhecimento", afirmou.
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