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Continua a haver pessoas a recolher alimentos em contentores do lixo em S. João da Madeira


O vereador da coligação PSD/CDS-PP, Paulo Cavaleiro, alertou na última reunião da Câmara Municipal de S. João da Madeira para a continuidade de existência de algumas pessoas a recolher alimentos dos contentores do lixo, que são deixados nas traseiras do Pingo Doce, na Praceta Júlio Dinis. Este é um assunto que não é novo, até porque o mesmo vereador já havia alertado para o problema em outra reunião deste órgão. “Das duas uma, ou há novos casos, ou não aconteceu nada desde a nossa intervenção, e continua a ir gente constantemente ao local”. Para Paulo Cavaleiro, “não basta só falar das situações. É preciso atuar. É preciso agir”, considerando que o problema agravou-se ainda mais, “a partir do momento que deixamos de passar a ter recolha de lixo ao domingo”, considerando que passou a ser um problema em termos de dimensão de resíduos que são deixados nos contentores. E, neste sentido alertou para a necessidade de se avisar os grandes produtores de resíduos para a mudança do sistema de recolha, “que estavam habituados a que fosse diária”, sugerindo que talvez necessitassem de uma outra forma de tratamento.

O presidente da Câmara Municipal, Jorge Sequeira, começou por lembrar que existe uma rede social “que atua”, referindo que “há uma referenciação das pessoas que estão em situação difícil”. No entanto, afirmou não concordar com o vereador da oposição quando este faz uma ligação da recolha de alimentos nos contentores à alteração do processo de recolha do lixo. “Eles não vão só procurar alimentos ao domingo”, afirma o edil sanjoanense, que adianta ainda que “estas situações são recorrentes de problemas de saúde mental”.

Com base na experiência que diz ter adquirido neste dois anos de gestão do assunto, “há inúmeros casos de pessoas que recusam o apoio que a rede social lhes dá, por mais insistência que se faça”, assumindo ser um problema de difícil resolução. A única garantia que deixou foi de que “há um acompanhamento dos casos, muito ativo”, lembrando a criação de um apartamento de autonomização, que permite albergar quatro pessoas, onde estão atualmente duas pessoas, “num processo de recuperação e reabilitação que o espaço proporciona, sob a gestão e a orientação da Santa Casa da Misericórdia”.

Jorge Sequeira garante que quase todos os casos estão sinalizados, no entanto, “há uma população flutuante mas, aquilo que posso garantir, e com os instrumentos que dispomos, este acompanhamento é feito”. A vereadora da Ação Social, Paula Gaio, acrescentou ainda de que, a quando da primeira intervenção dos vereadores da coligação PSD/CDS-PP sobre esta matéria, que havia tomado nota e “articulamos com a gerência do Pingo Doce que, na verdade, propôs uma alteração de horário de recolha, sendo uma questão de gestão interna”. Paula Gaio adiantou ainda que desde o mês de março que se tem vindo a efetuar reuniões, inicialmente mensais e posteriormente bimensais, com parceiros formais e informais, que acompanham pessoas em situação de sem abrigo. “Entre essas pessoas temos a Igreja de S. João da Madeira, representada pelo Padre Álvaro, a Igreja Evangélica, representada pelo seu Pastor Victor Avelino, a Segurança Social com dois elementos, a Santa Casa da Misericórdia com o Trilho, a equipa de rua In Loco e equipas de voluntários”. Segundo a vereadora da Ação Social, “destas reuniões têm surgido parcerias, onde o objetivo é que todos trabalhassem, convergindo para aquilo que são as necessidades dessas pessoas, e no sentido de não haver práticas que fossem duplicar, ou até proporcionar situações injustas a essas pessoas. Nós queremos ajudar. Sabemos que a maioria destas pessoas têm problemas de saúde mental, e até com a justiça, em que não lhes interessa ter cartão de cidadão, porque querem permanecer incógnitos”. Mas, garante ter tomada nota daquilo que os vereadores da oposição disseram, “fizemos a articulação devida e a situação deixou de existir. Mas, se na verdade está a acontecer novamente reforçaremos essa comunicação e colaboração”. Paula Gaio garante ainda, que “não há ninguém que queira usufruir da cantina social e não há ninguém que esteja em lista de espera”.

Em resposta, Paulo Cavaleiro reafirmou que “nós alertamos para o problema”. Já em relação às cantinas sociais lembrou que “essa foi uma proposta nossa, pois quem acabou com esse apoio foi o Governo. E a Câmara substitui bem o Governo. Mas, o nosso papel é o de alertar quando algo não corre bem”. Já em relação aos resíduos, garantiu que “não quisemos associar uma coisa à outra mas, que havia uma quantidade anormal de resíduos naquele espaço, mais do que havia no passado, é verdade. Se o Pingo Doce não o pode fazer, então a Câmara tem de atuar e fiscalizar”, sugeriu.

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