Falta de limpeza de terrenos volta a ser marca negativa em S. João da Madeira acusa a oposição

A limpeza dos terrenos e jardins da cidade voltou a ser tema de conversa, no período da antes da ordem do dia, na última reunião da Câmara Municipal de S. João da Madeira. O vereador da oposição, Paulo Cavaleiro, alertou para um problema que afetou a cidade o ano passado, e que se repete este ano. Recordou que fez vários alertas, e inclusivamente aconselhou o executivo a contratar uma empresa externa para colmatar a falha deste serviço, muito por força do desvio dos recursos internos para outros serviços.

O vereador da coligação lembrou que, no ano passado, o facto dos jardineiros da autarquia terem sido canalizados para a limpeza do Parque, fez com que "descorassem as outras zonas da cidade, levando a que durante um período bastante longo, a cidade apresentasse um aspeto descuidado”, referiu.

Este ano, o problema parece voltar a estar a acontecer, sendo que os jardineiros encontram-se concentrados na colocação de um novo relvado nas piscinas exteriores. Recorde-se que esta é uma proposta do deputado municipal da coligação, João Neves, apresentada em Assembleia Municipal, e que o executivo acolheu, mas que optou fazê-lo com os próprios recursos, recorrendo à colocação de tapete de relva.

Com esta alteração no uso dos recursos humanos, provocou o problema que se verificou o ano passado, e são já algumas as zonas na cidade afetadas pela falta de limpeza dos terrenos. Este foi motivo para que Paulo Cavaleiro voltasse a fazer algumas chamadas de atenção, que mereceram da parte do presidente da Câmara Municipal, Jorge Sequeira, uma pronta resposta de que “ já foi contratada uma empresa para efetuar o serviço de limpeza e corte de relva”. No entanto, “a imagem de algum desleixo e terrenos por limpar já começa a acontecer, um pouco por toda a cidade”, refere o vereador da coligação ao Terras Santa Maria Informação, que adiantou ainda que esta "já começa a ser uma imagem de marca negativa que este executivo está a dar da cidade".

"Como é que a Câmara Municipal pode exigir dos munícipes a limpeza dos seus terrenos, quando é a primeira a não cumprir na limpeza daqueles que são sua responsabilidade?"

Nesse sentido, o Paulo Cavaleiro citou alguns pontos da cidade, considerados por si mais problemáticos, e constatou alguns sinais de falta de limpeza, que considera serem preocupantes. “Como é que a Câmara Municipal pode exigir dos munícipes a limpeza dos seus terrenos, quando é a primeira a não cumprir na limpeza daqueles que são sua responsabilidade?”, questionou.

Sobre o facto de os jardineiros estarem, em grande número no Complexo Desportivo Paulo Pinto, o vereador da oposição aproveitou ainda para questionar o porquê da demora na decisão do arrelvamento deste espaço, “havendo agora a necessidade de ter de recorrer à colocação de tapete de relva, quando se, tivesse feito as coisas atempadamente, poderia ter plantado a relva, evitando a necessidade de recorrer a uma forma mais dispendiosa de o fazer”, criticou. Para o presidente da Câmara Municipal, Jorge Sequeira, a opção deveu-se a “questões técnicas”, sendo que, e segundo palavras suas, “era difícil arranjar quem fizesse a empreitada”. Em resposta, Paulo Cavaleiro, afirma que a edilidade partiu para este processo "tarde e a más horas", garantindo que o custo da opção do uso de tapete de relva é de “mais de 11 mil euros”, tratando-se de um “ato de má gestão dos recursos financeiros da autarquia”.