O Gin and Street Food voltou a encher a Praça Luís Ribeiro, em S. João da Madeira, trazendo à memória velhos tempos da dinâmica do centro da cidade. Foram muitos aqueles que ao longo de dois dias por lá passaram, em noites bastante animadas. Segundo a organização, mais de 35 mil pessoas passaram pelo local do evento, números que a oposição considera "um pouquinho exagerados". Desde os mais novos até aos mais velhos, que passaram pela Praça assistiu a concertos, atuações de dj's, insufláveis, degustação de alguns petiscos na área de alimentação, e obviamente teve a possibilidade de provar a bebida de eleição, o gin, feito ao jeito dos proprietários de cada um dos 15 spots de gin. O balanço é francamente positivo, e nas palavras do presidente da Câmara Municipal, Jorge Sequeira, "foi um êxito, superando os objetivos dos dados do ano passado", garantiu. Para o edil sanjoanense, "numa breve sondagem posso afirmar que melhorou significativamente, na qualidade do palco, na oferta e localização do street food", considerando que o evento está a melhorar de ano para a ano.
Jorge Sequeira afirmou ainda que, "vi momentos de grande convívio, famílias a usufruir, num evento que atraiu inúmeras pessoas de fora do concelho, aumentando a receita dos estabelecimentos de restauração", assegurou.
Do lado da oposição, o vereador da coligação PSD/CDS-PP, Paulo Cavaleiro, aproveitou o período de antes da ordem do dia, na última reunião da Câmara Municipal, para felicitar a organização e todos os envolvidos no evento, salientando o facto deste não ter terminado. Segundo o vereador este evento, que foi criado no mandato anterior, gerido pela coligação, esteve em risco de continuidade, lembrando que Jorge Sequeira já em plena campanha eleitoral havia afirmado estar contra eventos que envolvessem bebidas alcoólicas. Mas, diz ter ficado satisfeito pelo facto deste ter reconhecido o erro e voltado atrás na decisão, no entanto, não deixou ainda de lançar algumas críticas e reparos para se corrigir no futuro. Para o vereador da oposição, este evento "com cariz urbano e diferenciador, já é e pode vir a ser uma marca ainda maior de S. João da Madeira. Mas, é preciso mais ambição e dar novos impulsos", afirmou.
Nesse sentido, lembrou o palco de grandes dimensões, que sugeriu que "poderia ter sido transparente", evitando o constrangimento para as casas comerciais afetadas pela sua localização, dando como exemplo um usado em plena Avenida dos Aliados, na cidade do Porto.
Outro dos aspetos focados foi a atribuição dos lugares dos spots de gin, que teve como modelo de seleção a ordem de chegada das inscrições, que considera poder transparecer pouca clareza na atribuição. "Julgo que o critério de ordem de chegada poderá não ser o melhor", referiu Paulo Cavaleiro.
"O Gin and Street Food deve ter como objetivo alavancar o comércio local, e que este participe e esteja envolvido" - Paulo Cavaleiro
Mas, as críticas também surgiram da parte de alguns comerciantes, que desde logo alertaram para a barreira criada pelo palco, como de um muro se tratasse. Os proprietários da Casa Glória, um dos espaços comerciais mais antigos da Praça Luís Ribeiro, durante toda a semana que antecedeu o evento, através das redes sociais deixaram duras críticas à localização do palco, que lhes tapou toda a visibilidade para o centro da Praça.
A eles se juntou a Taberna do Zé, por sinal um dos espaços aderentes como spot de gin, que acabou por retirar todas as indicações de estabelecimento aderente, considerando que o que lhe fizeram foi "uma falta de respeito, ao colocar um insuflável gigante a tapar o acesso à rua do meu estabelecimento", afirmou José Silvério, que constatou, ainda, o facto de nem sequer ter sido colocado qualquer tipo de iluminação. Nesse sentido, Paulo Cavaleiro, lembrou que quando o evento foi criado, "a área de ação era muito maior", abrangendo o Largo de Santo António. E prova disso, diz ser a existência de uns sofás feitos em paletes, à medida das escadarias da Capela de Santo António, que nem sequer foram usados.
"O Gin and Street Food deve ter como objetivo alavancar o comércio local, e que este participe e esteja envolvido", considerando que é um desafio que este executivo deve ter pela frente, não esquecendo a questão do estacionamento, que diz ter sido, "provavelmente o mais importante, em relação à dinâmica do centro", concluiu.
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