Os vereadores da coligação PSD/CDS-PP apresentarem, em reunião da Câmara Municipal de S. João da Madeira, uma proposta de intervenção no edifício do Centro Coordenador de Transportes e Casa das Associações , na qual propõem à edilidade que "analise os estudos que já existiam e apresente proposta de intervenção, para a qual estimamos um prazo de 2 meses e um prazo para a obra não superior a 4 meses", pode ler-se no documento. Baseando-se no facto de que se trata de um edifício já com vários anos, e com uma forte utilização, demonstrando sinais de degradação, os vereadores da oposição avançaram com a apresentação de uma proposta, na sequência de algumas denuncias e alertas que haviam feito, e depois de, após dois anos consecutivos terem proposto no Orçamento Municipal esta mesma intervenção. Segundo Paulo Cavaleiro a intervenção estava já agendada para 2018 pelo anterior executivo, mas nada chegou a ser feito. E depois desses dois orçamentos o vereador da oposição vem agora acusar o executivo de inação, fazendo com que o imóvel apresente cada vez mais sinais de degradação.
Mas as preocupações dos vereadores da coligação vão mais além do que os sinais de degradação, acrescentando ainda a possibilidade do aumento da utilização deste espaço, falando na possibilidade de "rentabilização de salas para associações, que ainda se encontram disponíveis, bem como a intermodalidade dos transportes, através da ligação da Linha do Vouga e o passe social Andante, que são uma nova realidade, e seguramente trarão mais pessoas a este local", referem.
Na reunião da Câmara Municipal, Paulo Cavaleiro lembrou que a última intervenção feita neste espaço foi a colocação do sistema de vídeo vigilância, "que melhorou claramente as condições de segurança da zona, não voltando a existir vandalismo no local", garantindo que reforça a necessidade de fazer o que estava previsto, e para o qual foi "assumido um compromisso pelo atual executivo", afirmou.
O presidente da Câmara Municipal, Jorge Sequeira, assume que "efetivamente este espaço necessita de uma intervenção", no entanto afirma que ainda não foi possível fazer, porque "colocamos um volume grande de intervenções no terreno", garantindo que já está em curso um estudo e "em breve teremos informações das patologias que necessitam de intervenção, com uma estimativa financeira e de prazos". Sobre esta possibilidade deixou ainda a garantia de que "será seguramente lançada a obra ainda este ano", no entanto, perante os prazos da proposta, garante que o arquiteto responsável lhe confirmou "ser muito difícil cumprir". Nesse sentido pediu adiamento da deliberação da proposta, com o compromisso de "quando o levantamento estiver concluído apresentamos na reunião da Câmara e delibera-se em face do apresentado". Paulo Cavaleiro discordou da opinião do edil, acusando-o de não ter cumprido com a sua palavra, pois recordou que esta "já era uma proposta de 2018", que voltou a ser integrada no orçamento de 2019.
"Estamos em maio e os senhores ainda estão a fazer um levantamento! É uma opção!" Por isso e "a bem de todos devemos deliberar, com a possibilidade de alargarmos o prazo de execução da obra de 4 para 6 meses", pois considera ser importante "colocar prazos nas coisas", considerando tratar-se de uma ajuda que estão a dar ao executivo camarário. Paulo Cavaleiro mostrou-se preocupado com o estado de degradação do edifício, e que as fotos que acompanham a proposta demonstram. Nesse sentido afirma que é preciso uma intervenção, que diz poder ser feita através de "uma empreitada ou de uma administração direta, como se fez muitas vezes", considerando ser uma questão de opção e prioridade. Em relação à justificação de a autarquia ter tido lançado muitas empreitadas e não ter conseguido intervir na Casa das Associações, o vereador da coligação foi peremptório ao discordar desta afirmação, lembrando que "eu já vive no tempo de uma Câmara que isso era uma coisa a sério, com muitas empreitadas e de grande dimensão". Por isso, voltou a reforçar a ideia de que, "com a experiência que tenho, um prazo de meio ano para esta obra é um prazo bastante exequível".
Jorge Sequeira afirmou não ter faltado à palavra, considerando que "nunca disse à coligação que ia fazer todas as obras que propuseram, mas que iam ser tidas em consideração e executadas dentro da medida do possível, sem nunca ter dado uma garantia absoluta". E, em jeito de crítica, foi mais longe ao afirmar que "é muito fácil apresentar um lista de 10 ou mais obras e agora façam tudo no primeiro ano", não deixando de deixar uma "beliscadela" aos anteriores executivos, pelo facto de ter "um edifício desde 2002 sem nenhuma reabilitação". Esta crítica mereceu da Parte de Paulo Cavaleiro uma reação repentina que afirmou veemente que "isso é mentira. Não fale do que não sabe." O vereador da coligação lembrou que o edifício teve uma intervenção por altura do centenário da Linha do Vouga, no Centro Coordenador de Transportes.
Após uma troca de argumentações, Jorge Sequeira pediu o adiamento da deliberação da proposta, "com o compromisso de vir aqui já na próxima semana com a informação estimativa". Em resposta, Paulo Cavaleiro afirmou que, "para nós o importante é que se faça a obra e que tenha um prazo, sendo que estávamos convictos que a obra era para se fazer o ano passado. E garanto-lhe que se fossemos nós a governar a cidade a obra tinha sido feita", lembrando que não se trata de uma questão financeira, até porque "o senhor presidente já aqui disse que teve um aumento de receita". Nesse sentido, lembrou ainda que o atual executivo apresenta uma condição financeira melhor, bem como não atravessa um período em que a oposição impede o pedido de empréstimos ou de execução de obras, dando como principal exemplo a piscina.
A vereadora Fátima Roldão, na linha da opinião do seu colega da coligação corroborou das suas palavras e confirmou que, pela sua experiência, os timmings propostos seriam mais do que suficientes para a conclusão da obra, no entanto, acedeu ao pedido do presidente da Câmara Municipal para adiar o ponto para a próxima reunião, que se realiza já esta terça-feira, 28 de maio.
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