Bernardo, um menino sanjoanense, com 19 meses de idade, que, aos quatro meses, viu-lhe ser diagnosticado CDG (Défice Congénito de Glicosilação Tipo II, uma doença metabólica rara, tem vindo a dar continuidade aos seus tratamentos, com vista a melhorar a sua qualidade de vida. O Benny, como carinhosamente também é conhecido tem passado por um elevado número de tratamentos, com o intuito de tentar contrariar estas limitações a que a doença o sujeita, e que o obriga a diversas terapias que se tornam bastante dispendiosos para a família. Nesse sentido, para tentar minimizar estas despesas, os pais, e pessoas próximas da família lançaram diversas iniciativas de angariação de fundos, que têm ajudado a minimizar as despesas com terapias, medicação e internamentos. "Desde a colocação de latas para recolha de donativos, em alguns espaços comerciais da cidade, a produção de chocolates temáticos, a conta solidária e eventos como o jantar realizado esta sexta-feira, tudo tem sido feito", referiu Ana Oliveira, mãe do Bernardo.
Foram perto de 70 pessoas que encheram o restaurante Bistrô da Dona Isa, que desde a primeira hora se associou a uma iniciativa organizada por Teresa Melo, e que juntou ainda mais alguns espaço comerciais da cidade, que contribuíram com géneros alimentares para a confeção do jantar.
A noite de ontem rendeu 940 euros de receita, que reverteram na integra para a família do Bernardo, e que nas palavras de Ana Oliveira, mãe do menino, são uma grande ajuda para enfrentar as constantes despesas com os tratamentos. "Não há agradecimento que chegue para fazer", referindo a importância que é para a família "saber que temos tanta gente que se preocupa connosco e com o futuro do Bernardo". Ana lembra que toda esta cruzada vem no sentido de "lhe proporcionar o melhor futuro possível". Fábio Silva, o pai do Benny, não deixou também de agradecer a todos, mas, as suas palavras principais foram para a sua esposa, que diz ser "um exemplo de força e é um orgulho para mim que ela seja a minha mulher e a mãe dos meus filhos", aproveitando para lhe cantar os parabéns, neste dia que curiosamente coincidiu com o seu aniversário.
Família Espindola veio trazer uma esperança aos pais do pequeno Benny falando dos tratamentos que curaram o filho com um problema de saúde semelhante
Recorde-se que este caso já teve eco na televisão, no programa da TVI de Manuel Luís Gocha, e que foi o meio pelo qual Nestor Espindola, cidadão brasileiro, recentemente a viver em Portugal, ficou a conhecer o caso do Benny. Nestor, foi uma das presenças no jantar, e recordou o dia em que assistiu na televisão à entrevista, recordando que chorou, porque ao seu lado estava o seu filho, Bernardo Espindola, de 18 anos de idade, que havia passado por um processo muito equivalente, mas que agora está completamente curado. E foi essa necessidade de poder transmitir essa esperança que alcançou há 18 anos atrás, que o fez vir participar no jantar. Nestor conta que "foi usada uma droga produzida nos Estados Unidos, na época, que regulou o pâncreas", tudo isto feito numa UTI Peri-Natal, em Laranjeiras, "uma das melhores da América Latina, e que conta ainda com os serviços desse mesmo médico", referiu.
Sempre acompanhado do seu filho, um jovem estudante na Universidade do Porto, Nestor veio deixar todos os contactos aos pais do Benny, lembrando que o quadro clínico do seu filho era bastante semelhante. "Ele nasceu com hiperinsulinismo, com o pâncreas a produzir muita insulina, o que lhe provocava hipoglicemia", mas atualmente é completamente saudável, sem ter havido necessidade de recurso a qualquer tipo de cirurgia, que segundo Nestor poderia ter efeitos secundários. Bernardo lembra que grande parte da sua infância nem sequer soube desse problema de saúde que teve de enfrentar, pois apenas tinha pouco mais de vinte dias de vida quando lhe foi diagnosticado o problema. Mas, atualmente tem uma vida completamente normal.
Depois desta iniciativa, o dia a dia do Bernardo vai continuar a ser o da continuidade dos tratamentos, dando seguimento ao processo evolutivo do melhoramento da sua qualidade de vida. Segundo Ana Oliveira, sempre que os tratamentos são feitos com regularidade, os resultados são visíveis. "O Bernardo já conseguiu comer cinco colheres de sopa, e entretanto já conseguiu comer um pouco de arroz e mesmo massa", algo que anteriormente não conseguia fazer, lembrou a mãe, que apesar de todas as dificuldades que tem enfrentado, diz não baixar os braços e continuar na busca do melhor para o seu filho.
Comments