O atual presidente da Associação Desportiva Sanjoanense, Luís Vargas Cruz, à frente dos destinos do clube há cerca de oito anos, havia comunicado recentemente, em entrevista a um jornal local, não se recandidatar. Entretanto, Manuel Correia, vice-presidente do Conselho Fiscal, perante esta decisão, e anunciando a intenção de fazer algumas mudanças na gestão do clube, apresentou uma lista encabeçada por si. Na passada segunda-feira, 13 de maio, deu a conhecer publicamente alguns nomes que o acompanham neste seu propósito, apresentando Luís Cambra como seu vice-presidente, Sílvio Bulhosa, como candidato a presidente do Conselho Fiscal e Jorge Cortez, na Assembleia Geral. Em conferência de imprensa, Manuel Correia fala em tempo de mudança, que passa, por exemplo, por alterações ao nível da condução das modalidades, supondo-se que deixará de haver vice-presidências específicas e o facto de abdicar do ordenado de presidente.
Entretanto, segundo o Terras Santa Maria Informação percebeu, junto das várias secções do clube, esta ideia provocou algum mal-estar, tendo levado ao surgimento de algumas vozes a pressionarem Luís Vargas para que voltasse atrás com a decisão de não se recandidatar. E das palavras até aos atos foi um passo, com o apoio a surgir em reunião da direção, expresso por “quase a unanimidade das modalidades a confrontarem-me para me recandidatar”, referiu o atual presidente. Depois de ponderar sobre esta possibilidade, e porque que, segundo as suas palavras, “coloco os interesses da Sanjoanense acima de tudo”, garante que só avança porque, quer que exista “estabilidade no clube”. Olhando para trás, e para os oito anos à frente do clube, diz terem sido “tempos bastante difíceis, em todos os aspetos, para chegarmos hoje a uma situação que caminha, a passos largos, para a estabilidade financeira, organizacional do clube e mesmo em termos competitivos que as diversas modalidades atingiram nestes últimos anos”. Mas, como se assume “um homem de consensos”, diz não admitir que haja divisões no clube, “e por isso acedi em reunião de direção a um pedido veiculado pelo presidente da Assembleia Geral e por um vice-presidente, para que haja, antes das eleições, uma tentativa de conciliação entre as listas”, referiu.
Depois de tomar conhecimento de alguns nomes que compõem a lista de Manuel Correia, a sua preocupação foi para o facto de poder deixar de haver vice-presidências para as modalidades, que assegura ser uma “componente bastante forte do clube”, lembrando serem elas que movimento cerca de 1200 atletas, número que diz ter duplicado nos últimos anos, bem como o facto de ter aumentado o número de modalidades praticadas no clube, “com o regresso da natação e a entrada da patinagem artística e do bilhar”.
Aproveitou ainda para lembrar os números que, em certa medida, terão levado a uma mudança na política do clube, que passa por uma maior aposta na formação. Nesse sentido, Luís Vargas lembrou os títulos alcançados até 1999, que foram 8, e todos por equipas seniores, já no século XXI, “o clube alcançou 32 títulos, sendo 20 de equipas seniores e 12 da formação”.
"Serei sempre a favor do consenso, e é isso que pretendo nesta minha mudança de atitude, em prol da Sanjoanense"
“Recandidato-me sob o lema do consenso, orgulho no passado, a estabilidade no presente e para projetar o futuro”, assegurando que o clube tem condições de estabilidade, “que não existiam anteriormente, tendo em conta as dificuldades existente e o foco na diminuição do passivo, que foi conseguido em cerca de um milhão de euros, num espaço de dez anos”. Outra das suas premissas para a recandidatura passa pela defesa do ecletismo do clube e a “manutenção do nível quantitativo e qualitativo das nossas modalidades e equipas de formação”, inseridas num clube de um pequeno concelho, que garante ser “uma força da natureza em termos desportivos”, esperando que “não retroceda, mas que, pelo contrário, aumente”. Nesse sentido, assume estar disposto a aceitar o repto lançado pelo presidente da Assembleia Geral, para que, “juntamente com a outra lista encontrarmos uma única lista, pois temos todos a ganhar”. Admite que podem haver pontos de vista diferentes, “mas serei sempre a favor do consenso, e é isso que pretendo nesta minha mudança de atitude, em prol da Sanjoanense”.
Ainda nada está decidido, e Luís Vargas assegurou que durante esta semana irá reunir com os elementos da lista encabeçada por Manuel Correia. Segunda-feira, dia 20 de maio realiza-se a Assembleia Geral ordinária, que serve para abertura do processo eleitoral, e as listas dos possíveis candidatos terão de ser apresentadas até 23 de maio, estando entretanto as eleições marcadas para o dia 31 de maio, entre as 17h00 e as 21h00, no pavilhão do clube.
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