O assunto já é de longa data, no entanto o problema ainda não foi resolvido. O mau cheiro provocado pela fábrica conhecida como "Casqueira", situada em Arrifana, Santa Maria da Feira, continua a incomodar moradores dos concelhos de S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis e Santa Maria da Feira.
Recorde-se que o assunto chegou à Assembleia da República em novembro de 2016, através de uma petição com 5100 assinaturas, sendo responsável pelo movimento "Cheiro a Casqueira Não", Maria Clara Carvalho, na época deputada municipal do Partido Socialista. Apesar do cargo político, a promotora da petição sempre a defendeu como "apartidária", com o intuito de assim chegar muito mais facilmente à Assembleia da República e votada por unanimidade. No seguimento desta petição, a Assembleia da República (AR) aprovou, três projetos de resolução semelhantes em que Bloco de Esquerda (BE), Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) e CDS-PP reclamavam a intervenção do Governo para acabar “definitivamente” com os maus cheiros que surgem, há vários anos, da empresa Luís Leal & Filhos, em Arrifana, Santa Maria da Feira, cuja laboração se dedica à transformação de subprodutos de origem animal.
Entretanto passaram já dois anos sobre a aprovação dos três projetos de resolução e o assunto continua a não estar resolvido. Nesse sentido a deputada sanjoanense do PSD Susana Lamas desafiou, esta semana, o ministro do Ambiente a assumir uma estratégia que ponha fim a este problema ambiental. Na discussão do Orçamento do Estado (OE) para 2019, a parlamentar social democrata acusou o Governo de já ter desperdiçado quatro orçamentos para resolver a questão.
“Trata-se de um problema local de poluição, que afeta a qualidade de vida das populações devido a uma empresa que se dedica à transformação de subprodutos de origem animal e que emite para atmosfera partículas responsáveis pelo cheio nauseabundo que afeta em particular o concelho de S. João da Madeira, mas também algumas freguesias de Santa Maria da Feira e Oliveira de Azeméis” – recordou Susana Lamas na audição ao ministro do Ambiente e da Transição Energética.
Referindo-se a um “problema ambiental grave, vulgo cheiro a casqueira”, a deputada sanjoanense sublinhou já ter interpelado o ministro “várias vezes”, tendo já havido “várias tentativas de resolução, mas sem resolver de forma definitiva o problema”.
“O parlamento já provou uma recomendação em julho do ano passado, para que tomasse, com urgência, as medidas necessárias à sua resolução, mas a verdade é que o problema subsiste” – vincou Susana Lamas, dirigindo-se ao governante, questionando-se sobre se, “passados que estão três anos e quatro orçamentos, o governo já tem estratégia que resolva de forma definitiva esta questão ambiental, para que possa proporcionar-se às populações a qualidade de vida que merecem e a que têm direito”.
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