Oposição aponta o dedo ao executivo camarário de estar a cometer os mesmos erros na falta de limpeza

Oposição na Câmara Municipal de S. João da Madeira mostra-se indignada pelo estado a que os terrenos, jardins e escolas chegaram. Depois de abordarem a questão na última reunião da edilidade, os vereadores da coligação PSD/CDS-PP, fizeram chegar às redações uma nota de imprensa a denunciar a situação, que reafirmam dever-se a uma "desorganização dos serviços". Segundo Paulo Cavaleiro, "a Câmara Municipal voltou a cometer o mesmo erro na limpeza dos terrenos e tratamento de jardins e espaços escolares", lembrando que já no ano passado o problema havia acontecido, e nesse sentido fizeram o alerta antecipando a repetição do problema, mas que dizem não ter sido tomada em consideração.

Em jeito de lembrete, a coligação refere que "em 2018, o executivo direcionou grande parte dos seus meios humanos para uma limpeza no Parque da Nossa Senhora dos Milagres, descorando o resto da cidade, e a situação acabou por sair do controlo, ficando com um aspeto pouco cuidado, que em nada dignificou uma imagem de marca que S. João da Madeira criou nos últimos anos, com jardins bem tratados, floridos e terrenos limpos".

E numa tentativa de antecipação de um problema que parecia estar a voltar a acontecer, o vereador Paulo Cavaleiro foi fazendo alertas para a questão e solicitou uma listagem dos terrenos da autarquia, a 30 de maio, mas que lamenta que não lhe foi ainda entregue, ficando assim sem poder avaliar a situação. Na reunião da passada terça-feira, os vereadores da coligação PSD/CDS-PP lamentaram que, os 15 dias que separam as duas reuniões, não tenha sido tempo suficiente para atender o seu pedido, referindo que “bastava listar e dizer se estava limpo ou não e a data em que decorreu a limpeza”. Como isso não se verificou, Paulo Cavaleiro foi claro ao afirmar que nada foi feito, considerando que "esta Câmara não faz bem, não faz a tempo e gasta mais”, lembrando o caso do relvado das piscinas, onde “a intervenção foi mal preparada, fora do tempo e custou mais dinheiro (11500 euros), pois foi preciso recorrer ao uso de tapete de relva, em vez de semear relva, como seria normal ”, referiu.

Outra das críticas apontadas é o facto de que a Câmara vai gastar mais 140 mil euros, num contrato de 3 anos com uma empresa que está responsável pela limpeza dos terrenos, mas que já surge na sequência da necessidade de ter de correr atrás do prejuízo. No entanto, a coligação aponta o dedo ao executivo que mesmo com a adjudicação deste serviço a uma empresa externa, “a cidade começa a ter ervados e silvas em vários sítios”. A coligação lamenta ainda que a Câmara Municipal tenha cometido o erro de descoordenar os serviços o ano passado e volte a cometer o mesmo erro este ano. E, perante isto, afirmam que as coisas deveriam ter sido tratadas com mais antecedência, "pois fica sem margem para puder exigir aos privados a limpeza dos seus terrenos, se não dá o exemplo e não é a primeira a cumprir ".

Na nota a oposição é clara a apontar o dedo ao executivo, responsabilizando-o pelas consequências, entre as quais destacam o "estado lastimável que se encontram algumas escolas, com falta de limpeza e corte da erva, e a necessidade de ter de se deslocalizar as celebrações do Dia Mundial da Criança para o Parque Urbano do Rio Ul, devido à intervenção tardia da colocação do relvado nas piscinas exteriores".

A coligação aproveitou ainda para criticar a alteração do local das comemorações do Dia Mundial da Criança, que garantem ser o local de eleição das crianças para a comemoração deste dia, mas que para sua tristeza este ano não puderam usufruir, "por falta de condições".

Já em relação ao comentário do executivo camarário, que diz ter tido o feed-back das escolas que estavam muito satisfeitas com a mudança do local, garantem ter tido uma outra resposta dos intervenientes que se “mostraram estar insatisfeitos, inclusivamente que as suas crianças não tiveram acesso a todos os divertimentos propostos no local”, referem.

Por isso, afirmam que "se as coisas tivessem sido planeadas com antecedência, olhando para todas as questões que podem acontecer, seria possível ultrapassar este tipo de problemas".

A coligação aproveitou ainda a sua nota para fazer uma crítica ao trabalho desta Câmara Municipal que dizem "que, com o passar do tempo os sanjoanenses começam a perceber a incapacidade deste executivo em resolver problemas, demonstrando sim uma capacidade natural para os criar, mesmo onde eles não existiam". E concluem com a certeza de que "com a boa situação financeira atual do município era exigido muito mais a este executivo. Isto não tem de ser assim e S. João da Madeira merece muito mais".