PSD acusa presidente da Câmara de ter afirmado publicamente coisas que não correspondem à verdade
- pguimaster
- 3 de jul. de 2019
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As marchas populares voltaram a ser tema de discussão na última reunião da Assembleia Municipal de S. João da Madeira. Depois da questão do subsídio atribuído pela Câmara Municipal ter sido discutido em reunião do executivo, na qual o vereador da oposição falava na intenção de haver um aumento da verba atribuída, com base em pedidos solicitados por algumas escolas, e de na última reunião da Assembleia Municipal, o deputado municipal, João Neves, ter reforçado a ideia, o tema voltou a ser discutido esta segunda-feira, porque o PSD garante ter dados novos sobre a matéria. O Terras Santa Maria Informação já havia abordado o tema, e na altura o presidente da Câmara Municipal, Jorge Sequeira, garantia "não ter sido percecionada a intenção de aumento da parte das escolas". No entanto, o deputado municipal, Gonçalo Fernandes, garantiu na última sessão da Assembleia Municipal de que o edil sanjoanense, sem ter marcado presença nessa dita reunião, entre a divisão da educação e as escolas, e mesmo sem ter faltado à palavra, terá afirmado algo que não corresponde realmente ao sucedido, e por isso deduziu que "ou lhe passaram informação errada, ou omitiram-lhe informação".
Segundo o deputado social democrata, o partido "tentou saber, junto das escolas, se tinha havido discussão sobre o assunto do aumento do subsídio". E foi mais longe, ao garantir que aquilo que ouviram das escolas, não correspondia ao que o presidente havia afirmado, que dava a garantia de que nenhuma escola tinha solicitado o aumento de subsídio, "quando nós sabemos que vários professores e educadores apelaram a esse aumento". Nesse sentido, Gonçalo Fernandes foi peremptório ao afirmar que "o senhor presidente afirmou na Assembleia Municipal e na Câmara Municipal uma coisa que não corresponde à verdade", adiantando que perante estes dados "deixa de ser apenas uma questão financeira e passa, também, a ser uma questão de princípios e valores". Aludindo ao facto de por vezes divergirem em muitos temas, o deputado municipal afiança que "devemos ser sempre corretos", lembrando o edil que este "não pode chegar a esta assembleia, que é o órgão fiscalizador da Câmara Municipal, e o órgão mais representativo dos cidadãos, e afirmar coisas que não correspondem à verdade", adiantando que "os professores não ficaram satisfeitos com aquilo que o presidente havia aqui dito". Gonçalo Fernandes concluiu a sua intervenção afirmando que para o PSD "a palavra do presidente deve valer como uma escritura, mas lamento dizer que, a continuar assim, não podemos levar a sério aquilo que o presidente diz".
Em defesa das acusações que lhe foram feitas, Jorge Sequeira acusa deputado do PSD de ter feito um ataque à honorabilidade e credibilidade do presidente da Câmara
Em tom aparentemente irritado e agastado com a intervenção do deputado da bancada do PSD, o presidente da Câmara Municipal, Jorge Sequeira, começou por afirmar aquilo que já havia reiterado, que "à divisão de educação não foi solicitada, nem formal, nem informalmente, para aumentar o valor do subsídio. Eu faço fé nisto".
Considerando tratar-se de um ataque à honorabilidade e credibilidade do presidente da Câmara Municipal, afirmou tratar-se de um ato "profundamente lamentável", garantindo que "o senhor não vai conseguir que eu faça figura de idiota". Voltou a garantir que acredita na palavra dada pelo chefe de divisão da educação e da vereadora da educação, que marcaram presença na reunião, e acredita que "não me mentiram". Em sua defesa, garante que "não estou aqui para enganar ninguém, pois não tenho interesse nisso", e lançou o repto a Gonçalo Fernandes para que "me dissesse quem lhe deu essa informação contrária, para falar com essas pessoas". No entanto, Jorge Sequeira, voltou a confirmar aquilo que já havia afirmado da primeira vez, e sempre em tom aparentemente irritado foi mais longe ao criticar o PSD que atuou, segundo as suas palavras, de forma a criar um incidente, "para que se passasse a impressão de que nem tudo correu bem. Toda a gente percebe qual é a tática e a estratégia", admitindo mesmo que "isto ultrapassou todos os limites do razoável e é profundamente injusto e desrazoável", concluiu.
Gonçalo Fernandes, em tom irónico, e em jeito de protesto afiançou que "o senhor presidente parece que ficou irritado, mas com todo o respeito, esse jeito irritado não nos intimida", considerando que o autarca "não tem de analisar a minha linha de pensamento. Está aqui para responder ao que os deputados lhe perguntam e para prestar contas aos sanjoanenses", lembrando que aquilo que disse "foi fundamentado e tenho razão", assegurou. O deputado social democrata sugeriu ainda que se "logo que lhe perguntaram se este assunto teria sido discutido ou não, deveria ter procurado saber junto das escolas, e aí o senhor presidente teria percebido que o assunto foi realmente debatido na reunião", considerando que poderia ter evitado esta celeuma.
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