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"Quando chegar aos 100 anos quero aparecer nos jornais e televisões"

Atualizado: 1 de out. de 2018


Ainda antes de se comemorar o Dia internacional do Idoso, que se celebre a 1 de outubro, S. João da Madeira deu os parabéns a um trio de centenários. Ti Flávia, como é carinhosamente conhecida, é o rosto dos três anciãos sanjoanenses, que celebram a vida.

Nascida na então vila de S. João da Madeira, freguesia de Oliveira de Azeméis, Flávia das Neves, diz ter "comido o pão que o diabo amassou". Os tempos não era fáceis e desde muito nova começou a trabalhar. Ainda com 15 anos de idade foi trabalhar para uma fábrica de guarda-chuvas, mas a necessidade de ganhar mais dinheiro levou a trabalhar também, nas horas livres, na Cortadoria Nacional do Pelo. Tem sido uma vida cheia de peripécias, tendo "passado muito sofrimento, fome e guerra", mas vencendo todas as adversidades. Mãe de 8 filhos (apenas 7 vivos), 17 netos e 22 bisnetos, e viúva há 30 anos, a Ti Flávia tem ainda prazer e alegria de viver.


“Ninguém me engana” Não andou na escola, não sabe ler nem escrever, mas “ninguém me engana”, enfatiza a idosa segura do que está a dizer. E apesar dos 100 anos, não sente essa idade. Vive sozinha, é autónoma, veste-se, cuida da higiene, lava, limpa a casa, fala com os vizinhos e vai para o campo. “Sou eu que trato do meu quintal e não quero ninguém a dormir cá em casa, pois isto não é nenhum hotel”, assegura de uma forma bem disposta.

Para chegar aos 100 anos diz não haver grandes segredos. “Tenho cuidado com a alimentação, sou bem-disposta, ando sempre a mexer, tenho uma família que está sempre ao meu lado, e gosto de viver”, explicou.

A Ti Flávia não é mulher de alimentar tristezas.

"Vejo outras pessoas mais novas do que eu a andar de andarilhos, a correr para o médico ou retidos dentro de casa, que não podem sair. Essas pessoas estão mais velhas do que eu”, refere, soltando uma forte gargalhada. A Ti Flávia não é mulher de alimentar tristezas. “Também não quero saber delas. Quero coisas positivas”. E por isso deixou bem vincado, quando comemorou 90 anos de idade, que se atingisse os 100 anos de idade “quero aparecer nos jornais e na televisão”, afirmou. E a sua vontade foi cumprida para satisfação da idosa.

Hoje é uma, dos três centenários, que celebra a vida em S. João da Madeira.

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