O vereador Paulo Cavaleiro alertou para a diminuição de lugares de estacionamento, na Rua João de Deus, na sequência da empreitada de reperfilamento desta artéria, no decorrer do período de antes da ordem do dia da última reunião da Câmara Municipal de S. João da Madeira. "A redução do estacionamento preocupa-me, como sempre me preocupou. Quem vive nesta artéria e não tem garagem, fica sem grandes alternativas de estacionamento com a diminuição dos lugares, por força da intervenção que se vai registar", referiu o vereador da oposição. No entanto, considera que se fossem construídos os parques de estacionamento no centro da cidade “que tínhamos previsto”, e nos quais diz ter sempre defendido que esses lugares “deveriam ser taxados até mais tarde, para que, pelo menos ao fim-de-semana pudessem servir de apoio aos equipamentos de diversão noturna”, haveria uma melhor gestão entra a oferta e as necessidades. Assim, "podemos estar a criar um problema em vez de o resolver". Nessa linha de pensamento, o vereador sugeriu que o executivo tem de olhar para a cidade até às 19h00 e depois dessa hora, afirmando que o estacionamento no parque subterrâneo não pode ser considerado uma alternativa à noite.
Presidente da Câmara Municipal considera que estacionamento na via pública para moradores que não possuem garagem não pode ser uma preocupação central no planeamento de uma cidade
Recorde-se que esta empreitada acontece no âmbito do projeto “Cidade Inclusiva”, um contrato que já foi assinado pelo presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira, Jorge Sequeira, e que se reflete num investimento de mais de 300 mil euros na melhoria da mobilidade no concelho. E nesse sentido, o edil sanjoanense defendeu-se afirmando que “já estava projetada uma redução do estacionamento, dando prioridade aos peões, aumentando o passeio e melhorando as condições de mobilidade”. Para o presidente da Câmara “não me parece que a situação seja crítica para o funcionamento geral da cidade”, lembrando que existe um parque de estacionamento nessa rua, “com uma taxa de utilização de apenas 10%”, referiu. Considerou ainda que até às 19 horas “há uma oferta melhor”, tendo em consideração o facto da primeira meia hora ser gratuita no parque de estacionamento. Em relação ao horário noturno, como resposta, afirmou que “quem não tiver garagem tem de utilizar os lugares disponíveis de estacionamento nas proximidades, até porque não conseguimos garantir, no espaço público, um lugar à porta de casa, para estacionar o seu automóvel”, acrescentando que em termos de planeamento de uma cidade e da política de mobilidade, “essa não pode ser uma preocupação central”.
Para Jorge Sequeira o mais importante é que se avance para o reperfilamento da Rua João de Deus, e “eu estou seguro que no final todos ficarão satisfeitos com a intervenção, porque a cidade vai melhorar”, garantiu.
Em resposta à afirmação do presidente da Câmara, sobre o facto de o projeto já prever a redução de estacionamento, Paulo Cavaleiro lembrou o edil que na altura “fizemos uma candidatura com o objetivo de cumprir com os prazos, e o processo não estava maduro, como o senhor presidente sabe, pois a intenção era não perder a oportunidade”, referiu. E nesse sentido lembrou que era possível fazer alterações ao projeto, como tem vindo a acontecer com outros projetos, no centro da cidade. Voltando a ser peremptório ao afirmar que “não devemos reduzir lugares de estacionamento onde eles já existem, porque sabemos que esse é o grande problema do centro da cidade”, no entanto ficou com dúvidas em relação à estratégia do executivo, dando como exemplo o caso concreto da criação de três lugares de estacionamento na Rua Santo António, com os quais concorda, em contraciclo com a retirada, de um grande número de lugares, na Rua João de Deus.
Passadeiras inteligentes para reforço da segurança dos peões
A obra inclui o reperfilamento da Rua João de Deus e intervenção em mais de 50 atravessamentos para peões. Nesta medida estão incluídas soluções inovadoras, designadamente as chamadas passadeiras inteligentes, que terão impacto no dia-a-dia da população de S. João da Madeira.
As passadeiras inteligentes emitem sinalização luminosa aos automobilistas, quando se verifica a aproximação de peões. Nesta linha serão também criados passeios com piso tátil para invisuais, que lhes permite detetar a proximidade das vias e as passagens para peões.
Este projeto conta ainda com o reforço da sinalização, a colocação de marcadores solares - “luzes intermitentes” - e o rebaixamento de passeios para cadeiras de rodas. O valor desta adjudicação é cerca de 350 mil euros.
Jorge Sequeira salienta “o carácter inclusivo desta obra, pois S. João da Madeira dará mais qualidade de vida aos cidadãos com dificuldades de mobilidade, no seu dia-a-dia pela cidade”. O reforço da segurança com as passadeiras inteligentes “é uma questão à qual a Câmara Municipal presta muita atenção, para prevenir os atropelamentos de peões”, refere o presidente.
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