Mais de 400 jovens das vigararias da diocese do Porto Sul, marcaram presença em mais um encontro “Escutar Deus na Voz dos Jovens”, que se realizou este sábado, 23 de março, na Sala dos Fornos da Oliva Creative Factory, em S. João da Madeira. O encontro, que contou com a presença do Bispo Auxiliar do Porto, D. António Augusto Azevedo, é já o quarto que a diocese desenvolve, e teve como parceiro de organização a paróquia de S. João da Madeira, acolheu jovens das vigararias Oliveira de Azeméis/S. João da Madeira, Arouca/Vale de Cambra, Espinho/Ovar e Santa Maria da Feira, que tiveram a oportunidade de partilharem os seus testemunhos com todos os presentes.
A ideia destes encontros partiu de um desafio lançado pelo Bispo D. Manuel Linda, no início deste ano pastoral, que incentivou os jovens católicos a marcarem presença, juntamente com outro jovens não crentes, nesta experiência de partilharem os seus testemunhos e de poderem, na primeira pessoa, transmitirem a palavra de Deus, num momento de reflexão e encontro entre todos.
O evento dividiu-se em três partes, começando pelos testemunhos de histórias vividas na fé e pela fé, até ao concerto da banda “SPIRITUS” que encerrou o encontro. Na segunda parte, o Bispo Auxiliar do Porto dirigiu-se aos jovens ali presentes e deixou duas questões, também em jeito de reflexão, desafiando-os para que se fizessem ouvir e mostrar que Deus se pode escutar na voz dos jovens.
Para D. António Augusto Azevedo, “a avaliar pela participação dos Jovens, pelo ambiente e pelo espírito o encontro foi positivo”, numa iniciativa que procura ir a todos as zonas da diocese. “Esta é uma atividade que parte muito desta necessidade de escutar os jovens, dialogar com eles”, pois considera que desta forma consegue-se chegar melhor até eles “ e sintonizamo-nos mais com as suas preocupações, que é muito importante”, salientou.
Seguindo a premissa de que “cada geração de jovens tem um contexto bastante específico, e com sonhos muito próprios, será com esta geração que a Igreja terá de trabalhar, acolher e acompanhar”, considerando que isso é possível através do diálogo. Para D. António “a escuta abre sempre horizontes novos, e a partir daí é possível desenvolver trabalhos nas paróquias, nos movimentos, nas pastorais”, admitindo que “é sempre um grande desafio para os padres e para os adultos que trabalham com os grupos de jovens”, fruto de uma visão diferente que a nova geração tem sobre o mundo.
Mas, nesse sentido, “o Papa Francisco tem-nos desafiado para esta necessidade do diálogo intergeracional”, adiantando que “no tempo em que vivemos, na família, na igreja e na sociedade, é preciso muito deste diálogo intergeracional”. Para o Bispo Auxiliar do Porto, “esta atenção que a igreja tem pelos jovens, não significa menos atenção, menos interesses para com as crianças, adultos ou idosos.
Na igreja tem de haver lugar para todos, onde haja esta capacidade de relacionamento e se ouça a voz de todos”, no entanto, “de todas as faixas etárias, aquela que hoje é necessário ter mais presença, e de incentivar mais a uma presença efetiva, é a dos jovens”. No decorrer dos testemunhos dos muitos jovens que marcaram presença, uma das ideias fortes que saiu foi o facto de “todos sermos um”, a que D. António interpreta como uma característica dos jovens de “espírito de comunhão, embora tenham esta marca de uma sociedade muito individualista, muito egoísta, apesar de tudo eles têm este valor da comunhão, solidariedade”, considerando que “este lado bom que os jovens têm que temos de trabalhar e incentivar, dando-lhes a oportunidade de colocarem em prática”.
Como conclusão, considera que destes encontros o mais importante é que eles percebam que “são muitos e que estando juntos, e desenvolvendo o espírito de comunhão, podem fazer muito mais”, admitindo que a igreja “precisa deles”. No final D. António Augusto Azevedo saía “de coração cheio”, garantindo que se sente nesta geração “muitos sinais de esperança e eu tenho essa esperança”.
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