Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), cada português produziu, em média, cerca de 487 quilos de resíduos urbanos em 2017. Dos dados apresentados a semana passada é possível fazer uma leitura de grande disparidade entre municípios, entre os quais os das Terras de Santa Maria, onde à cabeça se destaca, pela negativa, S. João da Madeira, com a produção de 529 quilos de resíduos urbanos por habitante.
Albufeira é o município com o maior produção de lixo por habitante, com 1387 quilos por habitante, o que, tal como nos concelhos vizinhos, será explicado pelo elevado turismo da região. Isto porque o lixo produzido pelos turistas e visitantes eleva o registo dos habitantes. Já em sentido oposto, Celorico de Basto surge apenas com quase metade da média nacional (260 Kg).
Daquilo que pudemos interpretar, outros municípios portugueses com resíduos urbanos bem acima da média nacional, são os grandes centros, com o Porto (658 Kg) à frente de Lisboa (635 Kg), no entanto é muito provável que se tratará de muito lixo que não será produzido pelos habitantes destes municípios.
Estes dados revelam-se bastante preocupantes, pois perante uma média nacional a rondar os 487 quilos por habitante, trata-se do valor mas elevado desde 2011 (490 Kg). 2017, segundo os dados do INE, foi o quarto ano seguido de aumento dos resíduos urbanos produzidos por habitante.
Câmara Municipal de S. João da Madeira apresentou um conjunto de medidas ambientais para reverter números negativos na produção de resíduos urbanos em 2017
S. da Madeira ocupa lugares bem acima do meio da tabela nacional, o que em nada favorece a cidade, com um indicador de 529 kg resíduos/habitante (um valor na ordem dos 1,45 kg resíduos/dia/habitante), colocando este concelho no topo da lista dos municípios das Terras de Santa Maria. Com melhor desempenho desta região, estando abaixo da média nacional, aparece Santa Maria da Feira (357 Kg/habitante) e Oliveira de Azeméis (365 Kg/habitante).
Estes dados confirmam a necessidade do combate à produção de resíduos urbanos, e por aquilo que foi dado a conhecer esta semana pelo Presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira, Jorge Sequeira, esse trabalho parece já ter começado a ser feito. Segundo o edil sanjoanense, o concelho melhorou a sua performance ambiental em 2018 apresentando um aumento dos valores dos resíduos separados, ao mesmo tempo que reduziu a produção de lixo indiferenciado. Nesse sentido foi apresentado um conjunto de medidas ambientais, começando já com uma "declaração de guerra" ao plástico descartável nos eventos municipais.
A Câmara Municipal tenciona ainda distribuir ecopontos para recolha seletiva porta-a-porta para 1600 famílias, e lançar um estudo para implementação de um sistema piloto para pagamento da recolha de resíduos, com base no princípio do "poluidor-pagador", com o intuito de tentar reverter os dados de 2017 e tornar a "cidade mais sustentável".
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