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Sanjoanense baixa passivo para 377 mil euros e regista entrada de 100 mil euros com venda de Cádiz


Realizou-se esta segunda-feira, 20 de maio a Assembleia Geral da Associação Desportiva Sanjoanense, numa altura em que o clube se prepara para entrar em processo eleitoral. Esta assembleia serviu assim para abrir o processo eleitoral para o biénio 2019/2021, e na qual se perfilam dois candidatos à presidência do clube. Por se tratar de um momento importante para os destinos do clube, o presidente da mesa da Assembleia Geral, António Pereira, propôs que as contas fizessem parte da ordem de trabalhos, para que fosse feito um cabal esclarecimento aos associados e aos possíveis candidatos à presidência.

Nesse sentido, Pedro Santos, responsável pela contabilidade da Sanjoanense, apresentou os números à data de 30 de abril, perante cerca de 50 sócios que se apresentaram no auditório do Centro de Formação Desportiva. Atualmente o clube apresenta um passivo de 377 mil euros, números que deixam a direção com motivos de satisfação, depois de um longo período de dificuldades, em que os números da dívida apontavam para 1,5 milhões de euros, e dos quais foram amortizados mais de um milhão de euros em cerca de oito anos. A dívida de curto prazo é neste momento de 104 mil euros, sendo que a fatia maior, de 40 mil euros, é a fornecedores. Em relação à dívida à banca, no valor de 7 mil euros, termina em agosto, estando assim o clube a encaminhar-se para uma estabilização financeira, que o atual presidente, Luís Vargas tanto lutou e quer manter como sua premissa. Já em relação à dívida de médio e longo prazo os números rondam os 273 mil euros, pertencendo a fatia maior na dívida ao antigo presidente do clube, Pedro Ventura, no valor de 160 mil euros, para a qual a direção já tem um acordo de resolução a sete anos. Em relação a Vasco Gama, os valores rondam os 35 mil euros, e também foi conseguido um acordo de pagamento a cinco anos, algo que ainda não aconteceu com a dívida a José Manuel Ferreira, com o qual o clube tem uma dívida de 31 mil euros, mas que, segundo Luís Vargas, se deve a pormenores que estão a tentar resolver. Quem também é credor do clube é o atual presidente, numa verba que ronda os 12 mil euros, a que ainda se junta a Federação Portuguesa de Futebol, motivado pelo “Totonegócio”, em valores que rondam os 25 mil euros, mas que o clube está a tentar solucionar através dos prémios a receber da participação da equipa sénior de futebol na Taça de Portugal. Por fim a Sanjoanense enfrenta ainda uma condenação num processo judicial com Pedro Maia, um antigo colaborador, numa verba que ronda os 10 mil euros, e a qual o clube terá de pagar 500 euros mensais.

Todos estes valores perfazem um total de 377 mil euros de passivo, mas que deixa o clube numa situação de controlo financeiro, agora algo melhorada com a entrada de 100 mil euros após a venda do jogador Cádiz, que estava emprestado ao Vitória de Setúbal, e do qual a Sanjoanense era detentora de 10% do seu passe. Sobre esta verba, o presidente da direção adiantou que o destino será para "dar continuidade ao abatimento de dívida, uma parte será para investir nas modalidades, outra para resolver problemas de tesouraria e para obras no pavilhão", onde se inclui a requalificação dos balneários e a substituição dos portões, que diz ser uma grande preocupação, "devido ao estado de degradação em que se encontram".



Dois candidatos perfilam-se para a liderança do clube


A abertura do processo eleitoral era um dos pontos que mais suscitava curiosidade aos sócios que marcaram presença na Assembleia Geral. Depois do anúncio das candidaturas de Manuel Correia e de Luís Vargas Cruz, os associados quiseram saber um pouco mais do que estes propõem para o futuro do clube, bem como relativamente ao repto lançado pelo atual presidente, que apela a um consenso e apresentação de uma lista única. Destes dois assuntos pouco mais foi acrescentado ao que os potenciais candidatos haviam apresentado em conferência de imprensa, apenas com a novidade da troca de um e-mail em resposta ao repto do consenso.

Manuel Correia, na sua intervenção, voltou a referir tudo aquilo que havia dito na conferência de imprensa, sendo que, em jeito de resposta ao repto do consenso, acabou por dar uma "bicada" a Luís Vargas acusando-o de que a sua proposta de pedir consenso "pretende abafar a minha lista, tornando-me num apêndice sem qualquer influência, e sem capacidade de corrigir vícios e propor novas práticas e comportamentos". Nessa sequência, anunciou o conteúdo da mensagem de correio eletrónico enviada a Luís Vargas, em que aceitava abdicar da candidatura à presidência da direção, em detrimento do atual presidente, mas já em relação à Assembleia Geral e Conselho Fiscal as escolhas recaem sobre os seus candidatos, Jorge Cortez e Sílvio Bulhosa. Em relação à restante composição da lista, esta teria de ser 50 % de sua escolha. Outra das condições apresentadas por Manuel Correia foi a de que Luís Vargas teria de abdicar do ordenado de presidente. Perante estas informações, esperava-se saber a resposta de Luís Vargas, que anunciou que ainda não tinha tido tempo para reunir com os elementos da sua lista, e que teria de analisar a proposta.

Perante esta indecisão quanto ao número de candidatos à presidência do clube, alguns associados apelaram, também, a uma tentativa de consenso. Luís Miguel Ferreira foi um dos primeiros a solicitar essa possibilidade, “para benefício da Sanjoanense”. Reconhecendo um grande mérito a Luís Vargas pelo “sufoco financeiro que foi aliviado”, lembrou que seria importante que se definissem “algumas linhas em conjunto”. No mesmo registo foi a intervenção de Gonçalo Fernandes, que reconheceu que “as boas contas demonstram a vivacidade e o crescimento da Sanjoanense”, e que seria importante manter esta estabilidade que, “contribuirá para que continue a haver um crescimento e abatimento da dívida”.

Sem ainda se saber se haverá consenso ou não, a proximidade do ato eleitoral suscitou algumas curiosidades no sócios, que querem saber mais do que as duas candidaturas propõem. Manuel Correia fala em “hora de mudança” e Luís Vargas lembra a redução significativa do passivo e a defesa do ecletismo do clube, que diz ter sido a grande razão pela qual se apresenta de novo como candidato.

Sempre foi defensor do ecletismo e igualdade de género” referiu o atual presidente, adiantando que foram as modalidades a proporem-lhe a recandidatura. “Estarei sempre ao lado das modalidades”, concluiu. Nesse sentido, caso as duas candidaturas avancem, Luís Miguel Ferreira sugeriu a realização de um debate entre os candidatos, uma proposta que ficou no ar, a aguardar pela confirmação dos potenciais candidatos.

Entretanto, o processo eleitoral avança, estando prevista a apresentação de listas até às 17h30 de sexta-feira, 24 de maio, em carta fechada, na qual só podem concorrer sócios com mais de seis meses de associado, ficando as eleições marcadas para dia 31 de maio, entre as 16h30 e as 21h30, na sede do clube, conforme confirmou António Pereira, presidente da Assembleia Geral. Ainda antes de encerrar a assembleia, o ainda presidente deste órgão, aproveitou para fazer uma despedida do cargo, lembrando que “o que nos une é a Sanjoanense, e mesmo que haja ideias diferentes, há o bem comum, e isso é que é importante”, referiu.


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