Os Centros Qualifica do concelho de Santa Maria da Feira assinaram esta quinta-feira, 28 de fevereiro, no Hubparque do Europarque, a Carta de Compromisso da rede Santa Maria da Feira Qualific@. Os parceiros, da qual fazem parte a Câmara Municipal, que coordena os Centros Qualifica do concelho (Cincork, Feirensino e Centro de Formação Profissional de Rio Meão), o Instituto de Emprego e Formação Profissional de Entre Douro e Vouga, o Agrupamento de Escolas de Santa Maria da Feira e o Agrupamento de Escolas Coelho e Castro, comprometeram-se a adotar medidas que visam fomentar a formação e qualificação da população de Santa Maria da Feira. O presidente da Câmara Municipal, Emídio Sousa, abriu a sessão, que contou também com a presença do secretário de Estado da Educação, João Costa, e do secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita.
Emídio Sousa começou por congratular-se com a assinatura destes documentos, iniciando parcerias. "O nosso objetivo é que Santa Maria da Feira passe a ser um território competitivo com a competências das pessoas", referiu o edil, que diz que a estratégia passa pela "aposta na educação", assumindo como a grande prioridade, desde sempre. Segundo o autarca, o concelho atingiu atualmente "uma situação de pleno emprego", no entanto considera que há setores onde falta mão de obra, com as empresas a "reclamarem juntos de nós". Nesse sentido, considera que a assinatura destes documentos, são vitais, pois "quem não tiver formação ao longo da vida, facilmente fica para trás". Dirigindo-se aos secretários de Estado ali presentes, Emídio Sousa garantiu que todos "comungamos da mesma opinião", tendo a consciência daquilo que é preciso fazer. Nesse sentido acrescentou que "com o envolvimento de todas estas instituições", acredita que se obtém o sucesso. "O sucesso de um território não é o sucesso do presidente da Câmara, mas sim de toda a comunidade", concluiu, sem antes deixar um elogio aos empresários do concelho, e à comunidade educativa, na qual "tenho muito orgulho e estou grato pelo vosso trabalho", considerando que é precisamente aqui que se encontra "o ponto estratégico do desenvolvimento e crescimento".
"A importância destas redes é crítica para o sucesso do programa Qualific@" - João Costa, secretário de Estado da Educação
O secretário de Estado da Educação, João Costa, começou por elogiar o trabalho feito no concelho, deixando uma palavra de apreço à vereador da Educação, Cristina Tenreiro. "A importância destas redes é crítica para o sucesso do programa Qualific@", refere o governante, que acredita ser crítica para o sucesso daquilo que têm intenção de fazer "com o investimento tanto na educação e formação de adultos, como no ensino profissional", afirmou. Considera que o trabalho agora feito não é mais do que "corrigir o défice de qualificações da população portuguesa". Nesse sentido lembrou o índice de abandono escolar, recuando há 20 anos atrás, "que andava na ordem dos 50%, sendo que em alguns territórios em valores mais elevados", e tratando-se de alunos com "15, 16 ou 17 anos, que agora terão 35, 36 ou 37 anos", não se tratando propriamente de pessoas muito velhas, "na verdade estamos a falar de pessoas muito novas que têm a vida pela frente", considerando que foram forçadas a abandonar porque "alguma coisas lhes correu mal".
João Costa considera que com esta medida "estamos a corrigir uma primeira situação de injustiça de nível social, pois tratam-se de pessoas com as quais falhamos enquanto sociedade", assegurou. "Quando tiramos aos adultos a oportunidade de se qualificarem, aquilo que estamos a fazer é ser duplamente injustos", considerou o secretário de Estado da Educação, que afirmou ainda que a ideia é corrigir várias percepções erradas sobre a educação. "Vale a pena estudar porque há evidências que mostram que assim é", acrescentando que faz tudo o sentido a afirmação "aprender a aprender, quando insistimos em qualificação". Outra dos erros que diz que o Governo está a corrigir, com a aposta nos centro de qualificação, "é o erro recente do desinvestimento enorme na qualificação de adultos", considerando tratar-se de ter sido feito "por mero preconceito, e mais razão nenhuma". Para João Costa "a escola não é um sistema de elitização, mas sim um sistema de qualificação e de formação", garante. Nesse sentido adiantou que nos últimos anos houve um crescimento da população escolar, sobre tudo de adultos, mas diz que "falta o mais difícil", considerando que se trata de "mobilizar todo o país para o valor da educação e da aprendizagem ao longo da vida".
Daí ter enfatizado a importância do testemunho feito por alguns adultos presentes nesta cerimónia, que considera serem fundamentais. Citando um dos testemunhos, em que era afirmado pela formanda que "ter formação não é só adquirir competências capacitantes para um emprego melhor, é também trabalharmos como pessoas", o secretário de Estado diz que este sentimento vai ao encontro do sucesso que se pretende, e justifica o trabalho que tem vindo a ser feito pelos 300 centros de qualificação pelo país. No entanto, João Costa garante que aqueles que trabalham em rede, têm tudo o que é fundamental para o sucesso da iniciativa. "A ciência demonstra que os organismos desenvolvem-se melhor quando os organismos colaboram. Há evidência científica para aquilo que estamos a fazer aqui hoje, quando assinamos uma rede", concluiu.
"O sucesso depende destas redes locais" - Miguel Cabrita, secretário de Estado do Emprego
O secretário de Estado do Emprego começou a sua intervenção por salientar que "o que aqui temos é a expressão de um compromisso público das diferentes entidades que estão envolvidas neste trabalho, e muito em particular da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, que aceitou o repto de liderar este desafio da qualificação de jovens e em particular de adultos". Para o secretário de Estado do Emprego, "este simbolismo de ter um ator local tão liderante, como é a Câmara Municipal é, desde logo, um privilégio para o programa Qualifica, e é simbolicamente uma expressão da máxima importância, que vem sem dúvida reforçar, aquele que é o potencial de atuação que temos neste território", frisou.
Considerou que o reforço das parcerias e das estratégias locais e colaborativas, "são absolutamente decisivas para que consigamos tirar o máximo proveito da capacidade instalada que, felizmente temos, no ponto de vista da cobertura da rede dos centros Qualifica, e da diversidade de atores que compõe esta rede". Para o governante esta diversidade e a possibilidade de puderem trabalhar em rede, "é absolutamente decisivo para que possamos dar passos ainda mais significativos na persecução de um objetivo estratégico e cimeiro, que é a qualificação das pessoas, e em particular dos adultos". afirmou.
Referindo-se ao trabalho que vem sendo desenvolvido pelos centro Qualifica, considera que aqueles que funcionam melhor são os que "conseguiram criar as redes formativas locais, bem implantadas, com parcerias, trabalho estreito com empresas, escolas, IPSS, autarquias", arriscando acrescentar que "em larga medida o sucesso do programa Qualifica depende destas redes locais que decidimos construir e implementar". Miguel Cabrita julga que serão estas redes que "irão permitir motivar as pessoas, a voltar a valorizar a qualificação de adultos e a voltar a trazer as pessoas para este esforço de investirem em si próprias, com a mensagem de que vale a pena". Atualmente o que está a ser criado é uma rede de centros, onde "os centros trabalham em conjunto, e o que fundamentalmente desejamos e queremos é que este modelo sirva de exemplo e inspiração para outros locais onde possam vir a serem constituídas", consideram que os que trabalham melhor são aqueles que trabalham em parceria com as comunidades, reforçando a ideia de que "o sucesso depende destas redes locais".
O secretário de Estado do Emprego concluiu a sua intervenção referindo que "no dia em que houver uma rede nacional de centros Qualifica, ou qualquer nome parecido, lembrarei-me deste dia, que já houve concelhos que estavam à frente e que deram o exemplo, em certa forma, da responsabilidade de protagonizar a inovação, quando por ventura a isso não eram obrigados".
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