Em 2012 a autarquia de S. João da Madeira lançou um evento dedicado à tecnologia, empresas, inovação e empreendedorismo, o Tecnet, com o intuito de o realizar de dois em dois anos. Depois da primeira edição, o evento voltou a realizar-se mais duas vezes, em 2014 e 2017, mas volvidos mais de dois anos após a última edição, o vereador da oposição, Paulo Cavaleiro questionou o presidente da Câmara Municipal sobre a sua continuidade, na sequência da aprovação do Contrato-Programa da Sanjotec, aprovado na última reunião de Câmara Municipal. Este era um evento que trazia à cidade o que de melhor se fazia em Portugal no âmbito das novas tecnologias, e havia surgido na sequência da visão estratégica da Sanjotec, que o vereador da coligação PSD/CDS-PP diz ser "uma marca que não devíamos perder, porque se traduzia em aumento de negócios e levava a que muitas empresas quisessem estar na nossa incubadora". Como justificação para a não realização desta iniciativa, Jorge Sequeira referiu que ela realizou-se com recurso a financiamento comunitário, "que se esgotou na última edição". Admitindo que se tratou de investimento importante, acrescentou que "a partir de 2018 a tesouraria da Sanjotec mudou substancialmente, e nós tivemos que aumentar os apoios, por causa da cessação do período de carência dos empréstimos". Como não houve outro programa comunitário que apoiasse, "e em contrapartida tivemos de aumentar o apoio financeiro à Sanjotec, para que pudesse honrar os seus compromissos com a banca, isso tornou muito difícil repetir, para já o Tecnet", justificou.
"A forma como o senhor presidente diz estas coisas demonstra uma falta de ambição que até me assusta" - acusa Paulo Cavaleiro
Paulo Cavaleiro, não concordou com a justificação dada pelo edil, e em relação ao financiamento, o vereador lembra que "às vezes é preciso procurar os financiamentos, pois há financiamentos diretos na União Europeia para muitas coisas". Mas, independentemente do financiamento, afirma que "o nosso espaço vai ser ocupado por outros", lembrando o caso do Tecdays, em Aveiro. "A forma como o senhor presidente diz estas coisas demonstra uma falta de ambição que até me assusta", adiantando que "devemos procurar e encontrar as soluções, e não estar sempre dependente de financiamento", lembrando que o Hatweekend este ano não vai ter financiamento, "e o projeto era pensado dessa forma". Cavaleiro não se resigna ao facto de falta de financiamento e, apesar do presidente falar em aumento de encargos, contrapõe que "temos vindo a assistir ao aumento do volume de negócios, que se traduz em entrada de impostos pagos pelas empresas no nosso município", considerando tratar-se de um aumento de rendimento. "Nós podemos encontrar as justificações que quisermos, mas é uma pena deixar fugir marcas que nos custaram muito a conseguir, como o Tecnet, onde lideramos, só porque o senhor presidente não conseguiu encontrar um financiamento comunitário", reforçando a ideia de que "há marcas que não se podem perder", concluiu.
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