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Trabalhadores da Helsar já têm declaração para o subsídio de desemprego depois de uma semana de luta


Cerca de 60 trabalhadores da fábrica de calçado Helsar, em S. João da Madeira, que se encontra em processo de insolvência, haviam recebido a notícia da perda dos seus postos de trabalho, no passado dia 9 deste mês. Desde essa data que se têm mantido em vigília, reivindicam os seus direitos, pois afirmam terem sido apanhados de surpresa, recebendo a notícia do encerramento da empresa sem qualquer aviso prévio, sem receberem salário e nem sequer lhes ser entregue a declaração para acederem ao subsídio de desemprego.

A empresa que estava integrada no roteiro do Turismo Industrial de S. João da Madeira, fabricava calçado feminino de gama alta, bem como se havia especializado em sapatos de noiva, mas, nos últimos tempos atravessava uma fase de alguma irregularidade em termos de produção , verificando-se, por vezes que alguns trabalhadores eram mandados para casa, por falta de trabalho. No entanto, sabe-se que os trabalhadores não têm salários em atraso, mas foram informados que não receberão o subsídio de Natal, devendo acontecer o mesmo com o salário de dezembro.

Perante esta situação os trabalhadores dizem-se "abandonados pelos administradores". Entretanto, esta segunda-feira, da parte da manhã, os trabalhadores receberam, pela mão do administrador judicial, as desejadas declarações para poderem usufruir do subsídio de desemprego. Mas, a carta que exigiam, e agora têm em sua posse não resolve, segundo os trabalhadores, todos os problemas, pois "há outros direitos que temos de continuar a reivindicar", garantem.

Na parte da tarde, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, acompanhada pelos deputados Moisés Ferreira e Nelson Peralta, visitou a fábrica de calçado Helsar, e não deixou de apontar o dedo aos administradores da empresa, afirmando que "é preciso investigar se há gestão danosa neste caso e saber onde está o património dos administradores que geriram mal esta fábrica". A líder do Bloco de Esquerda aproveitou, ainda, para falar com os trabalhadores que perderam o seu posto de trabalho e assegurou que "os administradores têm que ser punidos por aquilo que fazem. É necessário investigar onde estão os bens e todos os créditos dos trabalhadores têm que ser pagos", afirmou.

Catarina Martins pede assim, mais fiscalização dos casos de insolvência e pede alteração da lei. "O crime económico não pode ficar impune. Quando a administração de uma empresa faz uma gestão danosa e leva uma fábrica à falência, coloca os seus bens no nome de outras empresas ou anda a gastar os bens de uma forma que não é correta, isto é crime económico", referiu. E foi mais longe, ao mostrar indignação perante a situação da empresa que "recebeu fundos europeus e estar a dever à Segurança Social, sem informar os trabalhadores", concluiu.

Para já a empresa que fabricava calçado há 40 anos encerrou portas e os trabalhadores começaram a inscrever-se no Centro de Emprego para poderem usufruir do subsídio de desemprego.

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