Utentes do Centro de Saúde de S. João da Madeira receberam "receita poética para tratar a alma"
- pguimaster
- 13 de mar. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de mar. de 2019

A edição deste ano da Poesia à Mesa, a decorrer em S. João da Madeira, inovou na área da saúde, passando “receitas poéticas”, para melhorar o estado de alma. Depois de os sanjoanenses se habituarem a ver e ouvir declamar poesia, nos cafés, restaurantes, padarias, escolas, fábricas e em diversos espaços públicos da cidade, este ano a poesia chegou ao Centro de Saúde, numa medida inovadora, e que foi bem acolhida pelos profissionais que lá trabalham, bem como pelos utentes que marcaram hoje presença em consultas e tratamentos.

Do receituário fez parte uma prescrição médica, que recomendava ao utente a toma de versos dos autores homenageados na edição deste ano da Poesia à Mesa, uma iniciativa da Câmara Municipal de S. João da Madeira, que teve o seu início em 2003. Males menores tratados com poesia, que deve ser cumprida na íntegra, com a leitura de poemas dos autores Adília Lopes, Almeida Garret, Ana Paula Inácio, Carlos Tê, Ondjaki e Sidónio Muralha. Esta é uma experiência que será repetida a 20 de março, pelas 10h00, em mais um momento de descontração e de “quebrar o gelo”, entre os utentes, muitos deles apanhados de surpresa e o declamador Paulo Condessa.

Hoje passou-se receitas para tratar o humor, para combater a dor emocional e acima de tudo tratar a alma. A iniciativa que foi bem acolhido por todos, conforme nos confirmou uma das médicas de serviço, proporcionou um sorriso no rosto dos utentes quando confrontados com as receitas. Entretanto nas salas de espera ecoaram as palavras de poetas como Almeida Garret, Fernando Pessoa, Adília Lopes, entre outros, numa interação que Paulo Condessa conseguiu com quem esperava pela sua consulta, ao ponto de despoletar a vontade e o sentimento da declamação de quem tão atentamente escutava.

Quem marcou presença hoje no Centro de Saúde gostou da ideia. “Foi uma agradável surpresa”, exclamou Artur Dias, que por entre sorrisos e aplausos demonstrou a sua simpatia pela iniciativa, englobada na 17ª edição da Poesia à Mesa, que propõe até ao dia 23 um vasto programa que combina concertos com outro tipo de espetáculos em sala, exposições, uma feira do livro e declamações em diversos outros espaços da cidade.
Já Paulo Condessa era um homem satisfeito por mais uma experiência que saiu vencedora. Na sua ótica, levar a poesia até às pessoas tem tido um retorno bastante positivo, pois “se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé”, conseguindo-se levar a poesia a onde menos se espera, criando novos hábitos culturais nas pessoas.
Outra das novidades deste ano será a declamação nos autocarros dos transportes urbanos de S. João da Madeira (TUS), que acontecerá nos dias 19 e 21 de março.

Comentários